Ministério Público investiga fala de pastor mineiro que pode incentivar violência contra LGBTQIAPN+

A polêmica surgiu após um culto que foi transmitido pela internet

Por Plox

03/07/2023 21h41 - Atualizado há mais de 1 ano

André Valadão, líder da Igreja Batista da Lagoinha, está enfrentando uma investigação tanto pelo Ministério Público Federal (MPF) quanto pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por um possível crime de homotransfobia. A polêmica surgiu após um culto que foi transmitido pela internet, no qual Valadão fez declarações que estão sendo avaliadas como possivelmente incitando fiéis a cometer atos de violência contra membros da comunidade LGBTQIAPN+. O culto em questão ocorreu em Orlando, Estados Unidos, no domingo, dia 2 de julho.

 

Foto: Redes Sociais / Reprodução

Durante o culto, André Valadão fez a seguinte declaração: "Ele diz: 'Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso'. Agora está com vocês. Não entendeu o que eu disse? Agora, tá com vocês! Deus deixou o trabalho sujo para nós".

Repercussão e medidas legais

A declaração do pastor repercutiu amplamente na internet e desencadeou uma série de reações. Lucas Costa Almeida Dias, procurador regional dos Direitos do Cidadão no Acre, entrou com uma denúncia no MPF. Paralelamente, o MPMG iniciou uma investigação em resposta a um protocolo feito pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP). Erika Hilton destacou um trecho do culto que circulou pela internet, onde Valadão afirma que "Deus odeia o orgulho", e disse que o cristianismo "odeia e repugna qualquer atitude de orgulho, só o uso da palavra Deus já condena". A deputada solicitou a remoção dos vídeos das redes sociais.

Além disso, o senador Fabiano Contarato (PT/ES) manifestou-se publicamente através de sua conta no Twitter, declarando que entrará com uma representação criminal contra André Valadão. O senador escreveu: "Por tudo que sou, pelo que acredito, pela minha família e por tudo que espero para a sociedade, não posso me calar diante do crime praticado por André Valadão. Vamos representar criminalmente para que ele responda por manipular a fé e incitar a violência".

O ativista Agripino Magalhães Júnior prometeu apresentar uma denúncia criminal ao Ministério Público de São Paulo contra o pastor. Ele afirmou que irá compilar um dossiê com declarações homofóbicas de Valadão. *"Acabou o tempo que pessoas podem ofender a população LGBTQIA+ como querem, chamando isso de 'opinião e liberdade de expressão'. LGBT

Destaques