Ex-ministra receberá salários por seis meses após saída do governo
Cida Gonçalves foi afastada do cargo, mas continuará sendo remunerada por decisão da Comissão de Ética Pública
Por Plox
03/07/2025 17h18 - Atualizado há cerca de 13 horas
Mesmo fora do governo federal há mais de dois meses, a ex-ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, continuará recebendo seu salário integral por mais meio ano.

Essa medida foi autorizada pela Comissão de Ética Pública (CEP) da Presidência da República, que avaliou uma solicitação feita por Cida. Ela havia apresentado à comissão uma proposta para retornar à Xaraés Consultoria e Projetos, empresa da qual foi sócia antes de assumir o ministério. A organização atua na área social, mas também participa de processos licitatórios com entes públicos.
A análise do CEP concluiu que poderia haver conflito de interesses caso a ex-ministra retornasse à atividade privada imediatamente. Por isso, decidiu-se pela concessão do benefício conhecido como 'quarentena remunerada', que impede o retorno imediato à iniciativa privada, garantindo, no entanto, a manutenção do salário durante esse período.
Até seu desligamento do governo Lula, Cida recebia um salário bruto de R$ 46 mil. Agora, continuará sendo paga com recursos públicos até o fim de outubro.
\"Apesar de ser uma empresa de cunho social, ela é uma empresa privada, e corre o risco de informações que eu tinha ser usada para licitações. Então, eles [CEP] me garantiram a quarentena. Durante seis meses, até o final de outubro, eu não volto para a Xaraés. Eu volto só depois\",
declarou Cida.
A decisão, que foi divulgada pela coluna de Tácio Lorran no portal Metrópoles, gerou reações nas redes sociais e ampliou o debate sobre o uso de verbas públicas em situações de afastamento por possíveis conflitos éticos.