Música, enxovais e capacitação transformam atendimento em hospitais filantrópicos de MG
Instituições superam desafios do SUS com criatividade, promovendo acolhimento e inovação em diversas regiões do estado
Por Plox
03/07/2025 08h42 - Atualizado há 1 dia
Na data em que se celebra o Dia dos Hospitais, nesta quarta-feira (2), instituições filantrópicas de Minas Gerais mostram que, mesmo diante da escassez de recursos e da burocracia enfrentada diariamente, é possível inovar no atendimento à saúde.

Entre as iniciativas que ganham destaque está o Prêmio Federassantas de Boas Práticas – Dr. Eduardo Levindo Coelho, criado pela Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos de Minas Gerais. A premiação, que já acontece há seis anos, reconhece ações voltadas à qualificação da gestão hospitalar e ao aprimoramento da assistência prestada no Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo Kátia Rocha, presidente da Federassantas, os projetos premiados têm promovido impacto direto na qualidade do atendimento e no engajamento das equipes. “Quando os profissionais se sentem inspirados, entregam mais — e isso melhora o cuidado com os pacientes do SUS”, afirmou.
Dois dos projetos mais emocionantes envolvem música como forma de reabilitação. Em Belo Horizonte, o Hospital Luxemburgo mantém desde 2014 o Coral dos Laringectomizados, formado por pacientes que perderam a voz após cirurgias para tratar câncer de laringe. Utilizando técnicas como a voz esofágica ou próteses vocais, os integrantes do coral, ao lado de profissionais da saúde, retomam sua comunicação e autoestima.
A mesma proposta é seguida pelo Hospital do Câncer de Muriaé, na Zona da Mata mineira. Lá, o Coral Nova Voz reúne cerca de 20 pessoas que, além da reabilitação vocal, encontram apoio psicológico e fortalecimento dos laços sociais.
No Vale do Jequitinhonha, região com baixos índices de desenvolvimento humano, a solidariedade se traduz na Lojinha Solidária, iniciativa do Hospital local. A ação distribui enxovais completos para recém-nascidos, beneficiando gestantes em situação de vulnerabilidade. A mobilização conta com profissionais da saúde, voluntários e moradores da comunidade.
Outro exemplo de inovação vem do Hospital Evangélico de Belo Horizonte, que implementou o Projeto Colmeia. Focado na capacitação de funcionários, o programa tem duração de seis meses e já resultou na formação de 60 colaboradores, economia de mais de R$ 800 mil e implantação de 19 projetos com impacto direto no atendimento do SUS.
A metodologia do Colmeia envolve gamificação e soluções práticas para problemas reais da rotina hospitalar. A experiência foi inclusive apresentada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, como um modelo de inovação viável dentro da rede pública.
O superintendente do Hospital Evangélico, Perseu Perruci, destacou que o projeto também melhorou o ambiente interno. “Acreditamos que todos os colaboradores têm potencial para contribuir com melhorias e tornar o atendimento mais humano e eficiente”, concluiu.