Partidos da base de Lula acionam STF para manter suspensão do aumento do IOF
União Brasil, PP e Republicanos, mesmo integrando o governo, se unem a outras legendas em ação que desafia o Planalto
Por Plox
03/07/2025 19h25 - Atualizado há cerca de 10 horas
Em um movimento que expõe fissuras na base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, oito partidos políticos protocolaram nesta quinta-feira (3/7) uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) no Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo é assegurar a validade do decreto legislativo que suspendeu o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), medida anteriormente decretada pelo governo federal.

Entre os signatários da ação estão União Brasil, Progressistas (PP) e Republicanos, partidos que atualmente ocupam ministérios na administração Lula. Também subscrevem a ADC as legendas PSDB, Solidariedade, Podemos, PRD e Avante. A iniciativa ocorre após o governo recorrer ao STF para tentar restabelecer o aumento do imposto, alegando necessidade de arrecadação para políticas públicas.
Os partidos argumentam que o Congresso Nacional agiu corretamente ao barrar o aumento do IOF, sustentando que a medida foi tomada sem o devido processo legislativo. Eles destacam a importância de manter o equilíbrio fiscal e o respeito à Constituição, evitando decisões judiciais conflitantes que possam gerar insegurança jurídica para empresas, consumidores e o mercado de crédito.
A participação de partidos com representação no governo federal chama atenção. O União Brasil, por exemplo, comanda os ministérios do Turismo e das Comunicações. O PP está à frente da pasta do Esporte, enquanto o Republicanos lidera o Ministério de Portos e Aeroportos. A adesão dessas siglas à ação no STF evidencia divergências internas quanto à política econômica adotada pelo Executivo.
A expectativa é que o ministro Alexandre de Moraes, já designado relator de outras ações relacionadas ao IOF, também conduza esta ADC. A decisão do STF poderá redefinir os limites entre os poderes Executivo e Legislativo no que tange à política tributária, estabelecendo precedentes para futuras disputas institucionais.
O embate em torno do IOF revela uma base governista fragmentada e ressalta os desafios enfrentados pelo Planalto na articulação política com o Congresso Nacional, mesmo entre partidos que integram sua própria coalizão.