Preso por atos de 8 de janeiro tenta suicídio pela terceira vez em penitenciária mineira
Claudinei Pego da Silva, condenado a 16 anos e meio, enfrenta grave deterioração física e mental sem assistência médica adequada
Por Plox
03/07/2025 17h36 - Atualizado há cerca de 14 horas
Desde sua detenção em janeiro de 2023, Claudinei Pego da Silva, condenado a 16 anos e meio por envolvimento nos atos de 8 de janeiro, enfrenta uma série de adversidades no sistema prisional brasileiro. Atualmente custodiado na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais, ele tentou suicídio pela terceira vez, evidenciando uma grave deterioração em sua saúde física e mental.

A tentativa mais recente ocorreu em 25 de junho, quando Claudinei tentou se enforcar com uma corda improvisada. O artefato se rompeu, impedindo o ato. Desde então, ele permanece na enfermaria do presídio, visivelmente debilitado, sem receber atendimento médico adequado. A advogada Ana Sibutt, integrante da Força-Tarefa de Advogados que o defende, relatou que o detento apresenta sinais de confusão mental severa, está visivelmente dopado e perdeu cerca de 40 quilos desde sua prisão.
A família de Claudinei, especialmente sua esposa Priscila Kellen Oliveira, denuncia maus-tratos dentro da penitenciária. Segundo relatos, ele teria sido agredido com spray de pimenta nos olhos e tapas na nuca. Atualmente, está confinado em uma cela escura, dividida com outro detento, e frequentemente expressa pensamentos suicidas. Priscila soube das agressões por meio da esposa de outro preso, o que aumenta sua preocupação com a integridade física e mental do marido.
A defesa de Claudinei pleiteia, desde 23 de maio de 2025, a concessão de prisão domiciliar para que ele possa receber tratamento médico adequado. O pedido aguarda parecer da junta médica solicitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Enquanto isso, Claudinei segue encarcerado sem qualquer assistência psicológica ou clínica contínua.
A situação também afeta profundamente a família. Claudinei é pai de quatro filhos, três deles menores de idade. O filho caçula, Gabriel, de apenas 6 anos, apresenta sinais de trauma psicológico, como enurese noturna e crises de choro. Priscila, desempregada, vive com o filho na casa da mãe, em Belo Horizonte, e a família sobrevive de doações. A oficina mecânica de Claudinei, sua principal fonte de renda, foi fechada após sua prisão, e ele continua responsável pelo pagamento de pensão alimentícia.
Segundo a defesa, Claudinei foi à Praça dos Três Poderes para acompanhar um amigo e, ao perceber a confusão, tentou localizá-lo para ir embora. Acabou detido em um prédio onde buscou abrigo. Desde então, cumpre pena entre presos comuns, sem suporte clínico ou psicológico. O caso levanta questionamentos sobre as condições do sistema prisional brasileiro e a necessidade de atenção adequada à saúde mental dos detentos.