A busca por um teto: imigrantes enfrentam dificuldades em Nova York

Muitos desses imigrantes, fugindo da instabilidade política e buscando melhores perspectivas de vida

Por Plox

03/08/2023 07h36 - Atualizado há cerca de 1 ano

Nova York, conhecida mundialmente como um símbolo de sonhos e oportunidades, enfrenta uma situação alarmante. Centenas de imigrantes, majoritariamente africanos provenientes de países como Mauritânia e Senegal, encontram-se em situação de vulnerabilidade, dormindo nas ruas, à espera de uma acomodação. Muitos se deitam sobre pedaços de papelão nos arredores do centro de acolhimento da cidade, e sua espera pode ultrapassar uma semana.

Abdoullahi Diallo, um jovem de 25 anos vindo da Mauritânia, exemplifica a difícil jornada que muitos enfrentam. Após uma viagem que custou mais de 8.000 dólares (equivalente a 38.196 reais), passando por Istambul e Nicarágua, ele chegou à metrópole norte-americana. Diallo expressa sua busca por "democracia" e "respeito", e lamenta as adversidades encontradas na viagem: "No México, policiais roubaram todo o nosso dinheiro."

 

 

Muitos desses imigrantes, fugindo da instabilidade política e buscando melhores perspectivas de vida, procuram auxílio no centro de acolhimento da prefeitura, localizado no Hotel Roosevelt, situado próximo à renomada Quinta Avenida. Voluntários da região se mobilizam para fornecer comida, água e cobertores a esses indivíduos.

 

Resposta das Autoridades: Medidas e apelos do governo local diante do aumento da migração

Diante dessa situação, as autoridades da cidade intensificam seus esforços para enfrentar o desafio. Eric Adams, prefeito de Nova York, destacou em pronunciamento recente a gravidade da crise migratória, afirmando que "não tem espaço" e que a situação "não vai melhorar". Atualmente, Nova York abriga 107.900 pessoas em 194 instalações municipais, entre abrigos e hotéis. Desse total, 56.200 são solicitantes de asilo. A vice-prefeita, Anne Williams-Isom, reforça a magnitude do problema ao mencionar que 2.300 novos solicitantes de asilo foram registrados no sistema apenas na última semana.

Medidas específicas estão sendo tomadas. Por exemplo, famílias com crianças pequenas têm prioridade no recebimento de alojamento gratuito, enquanto homens desacompanhados têm sua estadia limitada a 60 dias. No entanto, a vice-prefeita aponta para uma necessidade de auxílio a nível federal, classificando a situação como uma "crise global", e reforça que Nova York está no epicentro desse desafio.

O apelo das autoridades locais ao governo do presidente Joe Biden inclui mais controle na fronteira com o México, a declaração de estado de emergência e uma ajuda federal efetiva. Uma demanda central é a aceleração das permissões de trabalho para os imigrantes recém-chegados.

Confrontada com uma responsabilidade legal de oferecer acomodação gratuita a quem solicita, Nova York busca evitar o crescimento desenfreado de assentamentos improvisados. A visão de barracas sob pontes de rodovias em áreas como Brooklyn e Queens evidencia que o desafio é contínuo e que a cidade, conhecida mundialmente por sua efervescência e diversidade, busca soluções para continuar sendo um refúgio para aqueles que buscam um futuro melhor.

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