Edinho Silva assume comando do PT e mira futuro sem Lula nas urnas
Novo presidente nacional do partido, ex-prefeito de Araraquara ficará à frente da sigla até 2029 e terá papel central na campanha pela reeleição de Lula
Por Plox
03/08/2025 13h38 - Atualizado há 3 dias
Durante o 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado neste domingo (3) em Brasília, Edinho Silva foi oficialmente empossado como presidente nacional da legenda. Ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro, ele assume o cargo com a responsabilidade de liderar o partido até o ano de 2029.

A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcando um momento simbólico de transição na liderança petista. Edinho sucede o senador Humberto Costa (PT-PE), que esteve à frente do partido de forma interina desde março, quando Gleisi Hoffmann deixou a presidência para comandar a Secretaria de Relações Institucionais do governo federal.
Em seu discurso, Edinho destacou a necessidade de o PT se fortalecer diante de um cenário político futuro sem Lula como candidato, sinalizando que essa preparação será uma das prioridades da nova gestão.
“Nós temos a responsabilidade de construir o Partido dos Trabalhadores quando o presidente Lula não estiver mais nas urnas disputando o nosso projeto”, declarou o novo presidente.
O dirigente também chamou atenção para a urgência de pautas como a segurança pública, que, segundo ele, deve estar entre as prioridades do partido por ser uma demanda central da população. Edinho defendeu ainda uma maior aproximação com as bases militantes e reforçou a necessidade de uma reforma eleitoral. Segundo ele, o atual modelo político contribui para o enfraquecimento do Poder Executivo frente ao Congresso Nacional.
Em outro momento de sua fala, Edinho direcionou críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a quem classificou como “o maior líder fascista do século XXI”. Alinhado ao posicionamento histórico do PT, ele reiterou a defesa da soberania nacional, rechaçando qualquer pressão externa, especialmente relacionada à possível anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que atualmente é réu no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado.
“Nós não admitiremos que nenhuma das nossas instituições sejam atacadas e que nós vamos dizer que não somos e não queremos ser um puxadinho dos Estados Unidos, não somos e não queremos ser o quintal dos Estados Unidos”, afirmou.
A nova presidência marca uma fase decisiva para o PT, que se organiza para a disputa eleitoral do próximo ano, em que Lula buscará a reeleição. O desafio, no entanto, já aponta para além de 2026: preparar o partido para um ciclo político sem a figura central de Lula nas urnas.
Com essa nova configuração, o PT se articula para manter sua relevância no cenário político nacional, mirando tanto a sucessão presidencial quanto o fortalecimento de suas bases e propostas.