PT encerra encontro com críticas a Trump e defesa da soberania

No encerramento do 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores, neste domingo (3), em Brasília, a organização adotou uma nova estética para reforçar sua mensagem política. O palco e o auditório foram tomados pelas cores verde, amarelo, azul, branco e vermelho — uma combinação que, nos últimos anos, esteve fortemente associada a manifestações do bolsonarismo.

A mudança visual foi parte de uma estratégia mais ampla, impulsionada pelas recentes declarações do presidente norte-americano Donald Trump e pela imposição de tarifas sobre produtos brasileiros. O partido classificou essas ações como tentativas de ingerência externa e respondeu com uma forte defesa da soberania nacional.

Durante o encontro, que reuniu militantes e lideranças partidárias, foram aprovadas decisões importantes para os rumos da legenda. Um dos destaques foi a rejeição, por ampla maioria, da proposta de revogação do novo arcabouço fiscal implementado durante o governo Lula. O documento final do encontro irá orientar a condução da gestão de Edinho Silva, novo presidente do partido.

Nomes de peso como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defenderam a manutenção das regras fiscais. Ambos argumentaram que elas não comprometem os investimentos sociais em áreas como saúde e educação. Para Haddad, o modelo atual pode até contribuir para a queda dos juros, desde que seja acompanhado de reformas que ampliem a tributação sobre os mais ricos.

A pauta da soberania e da justiça social teve espaço de destaque. João Paulo Rodrigues, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reforçou a importância de ampliar a presença do governo nas periferias urbanas e defender os direitos dos trabalhadores.

\"É hora de elevar a consciência política da classe trabalhadora e enfrentar o grande capital por meio da justiça tributária\", afirmou Rodrigues

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O evento também evidenciou um reposicionamento simbólico do PT, que busca se apropriar novamente de ícones nacionais antes apropriados por adversários políticos. A nova estética não é apenas visual, mas pretende marcar um reposicionamento estratégico e ideológico do partido diante do cenário nacional e internacional.