Usipa recebe mais um lobo-guará para tratamento

O Centro de Biodiversidade recebeu dois lobos em menos de uma semana

Por Plox

03/09/2019 15h14 - Atualizado há quase 6 anos

No curto espaço de uma semana, o Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus) recebeu dois lobos-guarás para tratamento. O primeiro chegou dia 19 de agosto com uma infecção no ouvido e no dia 26 de agosto, outro lobo foi trazido ao Cebus pelo Instituto Estadual de Florestas, vindo de Governador Valadares. Desta vez, foi um animal atropelado que estava com uma grave fratura na perna.

O lobo foi encontrado na zona rural de Governador Valadares por um trabalhador de uma fazenda e foi resgatado pelos profissionais do IEF. Devido à gravidade das lesões, o animal foi operado por uma equipe de veterinários de uma clínica de Ipatinga. O estado de saúde do lobo requer cuidados que serão adquiridos no Cebus.

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“Os lobos receberam os nomes de Leão e Fêmur. Leão, que estava com uma otite, se recuperou muito bem e deve voltar à natureza em alguns dias. Fêmur, que fraturou a perna, ainda permanecerá em tratamento e avaliação por mais tempo”, conta o médico-veterinário responsável técnico do Centro de Biodiversidade da Usipa, Lélio Costa e Silva.

Projeto de Reabilitação Fauna Sem Lar

O Cebus, em parceria com Associação Regional de Proteção Ambiental do Vale do Aço (ARPAVA), o Instituto Estadual de Florestas (IEF) e a Polícia Militar Ambiental, desenvolve o Programa de Reabilitação da Fauna Sem Lar que recebe, trata, reabilita e encaminha animais para a soltura, sempre orientada e acompanhada pelo IEF.

Sobre o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)

Conforme Cláudia Diniz, bióloga do Cebus, o lobo-guará é o maior canídeo nativo da América do Sul, ocorrendo no Cerrado e Pampas. Ao longo dos anos, sua área de ocorrência vem sofrendo alterações, se expandindo em algumas regiões e diminuindo em outras. Na porção leste, tem se expandido para regiões originalmente ocupadas por Floresta Atlântica que, com o desmatamento das florestas, se tornaram áreas abertas e capoeiras, ambientes mais apropriados para o lobo-guará. É uma espécie ameaçada de extinção classificada como Vulnerável. O Brasil abriga o maior número de animais, cerca de 22.000 estão em território brasileiro. Ao contrário dos outros lobos, esta espécie não forma alcateias e tem hábitos solitários, juntando-se apenas em casais durante a época de reprodução. Com hábitos de caça crepuscular, alimentam-se de pequenos mamíferos, roedores e aves, além de vegetais, o que faz dele um animal onívoro.
 

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