Cobertura vacinal infantil no Brasil tem crescimento, mas metas ainda não são atingidas
Apesar dos avanços em 2022, apenas a vacina BCG alcançou a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Por Plox
03/09/2023 11h23 - Atualizado há mais de 1 ano
O Brasil experimentou um aumento nas taxas de cobertura das principais vacinas infantis em 2022, segundo levantamento do Observa Infância, uma colaboração entre a Fiocruz e a Unifase. Entretanto, apenas a BCG, voltada para a prevenção das formas graves da tuberculose, alcançou a meta do Ministério da Saúde.
Vacinas Específicas e Suas Taxas
O estudo analisou a cobertura vacinal para crianças abaixo de dois anos de idade em quatro vacinas essenciais: BCG, pólio, DTP e MMRV. Patricia Boccolini, coordenadora do Observa Infância, destacou que, mesmo sem atingir totalmente as metas, 2022 foi considerado um ano de reação, com esperanças de maior progresso em 2023. A cobertura vacinal contra a poliomielite, especialmente importante devido à proximidade da região Norte com países onde a doença é endêmica, cresceu, mas ainda está aquém da meta.
Os Desafios Continuam
Apesar do aumento nas taxas de cobertura, a vacinação ainda enfrenta desafios no Brasil, como a hesitação vacinal, influenciada por diversos fatores como baixa percepção de risco e desinformação. Para combater isso, o Ministério da Saúde, liderado por Nísia Trindade, tem como prioridade ampliar a cobertura vacinal, com um investimento previsto de mais de R$ 151 milhões para adaptar as estratégias de vacinação às diferentes realidades locais.
Inequidades Socioeconômicas
Recentes pesquisas, envolvendo instituições nacionais e a Escola de Saúde Pública de Harvard, indicam desigualdades socioeconômicas na cobertura vacinal. Cidades mais carentes, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, tendem a ter taxas vacinais mais baixas, evidenciando a necessidade de políticas públicas direcionadas a essas áreas.