Acusado injustamente, entregador quase é linchado em Botafogo

Psicólogo do Tribunal de Justiça apontou o entregador como ladrão; polícia investiga calúnia.

Por Plox

03/09/2024 11h30 - Atualizado há cerca de 1 mês

Um entregador viveu momentos de tensão na última sexta-feira (30) ao ser acusado injustamente de roubo em um ponto de ônibus em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, Jean Wellington, o entregador, foi imobilizado por cerca de sete pessoas após Lélio Fernando Martins, psicólogo e servidor do Tribunal de Justiça do Rio, acusá-lo de ter roubado seu celular. A polícia agora investiga se o entregador foi vítima de calúnia e injúria.

Foto: Reprodução

Imobilização e tumulto no ponto de ônibus

O incidente ocorreu em frente ao shopping Rio Sul, quando Lélio Fernando abordou Jean Wellington, que estava esperando o ônibus para voltar para casa. De acordo com o relato de Jean, Lélio o chamou repetidas vezes de "ladrão" e, em meio ao tumulto, tomou o celular das mãos do entregador. Durante a confusão, Jean foi imobilizado por outros frequentadores do ponto de ônibus, que acreditaram na acusação de Lélio. Testemunhas afirmam que o idoso não conseguiu desbloquear o celular de Jean, o que levantou suspeitas sobre a veracidade da acusação.

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Intervenção policial e depoimentos na delegacia

Uma testemunha que presenciou o tumulto decidiu intervir, acionando uma guarnição da Polícia Militar que estava próxima ao local. Os envolvidos foram conduzidos à 10ª Delegacia de Polícia (Botafogo), onde prestaram depoimento. Jean Wellington, acompanhado por seu advogado Paulo Guilherme de Souza Eugênio, relatou que Lélio, após a confusão, perguntou quanto ele ganhava e ofereceu um valor em dinheiro para que o entregador não registrasse a ocorrência.

Versão do psicólogo e controvérsias

Em seu depoimento, Lélio Fernando negou ter chamado Jean de "ladrão" e explicou que havia sido furtado mais cedo, por volta das 20h, no bairro do Flamengo. Segundo Lélio, um homem de pele negra desceu de um ônibus, furtou seu celular e retornou ao coletivo. Desesperado, Lélio afirmou que tentou perseguir o ônibus de táxi, mas sem sucesso, desembarcando nas proximidades do shopping.

Lélio contou que, ao chegar ao ponto de ônibus, avistou Jean Wellington, que teria uma aparência física semelhante à do suposto ladrão. Ele admitiu que tomou o celular das mãos de Jean, mas afirmou que não conseguiu desbloqueá-lo. O psicólogo também negou ter oferecido dinheiro ao entregador e se comprometeu a comparecer ao Juizado Especial Criminal para tratar do caso. Além disso, Lélio contestou o relato das testemunhas, alegando que elas não presenciaram toda a situação e apenas “tomaram as dores de Jean Wellington”.

Investigação em andamento

A Polícia Civil segue investigando o caso, buscando esclarecer se Jean Wellington foi realmente vítima de calúnia e injúria, enquanto o caso ganha repercussão pelo risco de linchamento sofrido pelo entregador.

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