Exploração de petróleo e gás receberá R$ 10 bilhões em 2024, segundo ANP

Maioria dos recursos será destinada à perfuração de poços em áreas marítimas.

Por Plox

03/09/2024 08h44 - Atualizado há cerca de 1 mês

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) anunciou um plano robusto de investimentos na exploração de petróleo e gás natural para 2024, com um montante previsto de R$ 10 bilhões. Esse valor, detalhado no Relatório Anual de Exploração 2023, divulgado na última segunda-feira (2), reflete a estratégia da agência de intensificar as atividades de exploração nos próximos anos.

Foto: Saulo Cruz / MME

Prioridade para perfuração de poços

Entre 2024 e 2027, a ANP estima que serão investidos R$ 18,31 bilhões na exploração de petróleo e gás natural. A maior parte desses recursos, cerca de 88% ou R$ 16,04 bilhões, será direcionada especificamente para a perfuração de poços. Essa atividade é crucial para identificar e viabilizar economicamente a extração de combustíveis fósseis em áreas contratadas.

Os investimentos restantes serão alocados em outras atividades fundamentais para a exploração, como teste de poços, que receberá 8% do total, levantamento geofísico exclusivo (3%) e levantamento geofísico não exclusivo (1%). Essas operações complementam os esforços de perfuração, contribuindo para um melhor entendimento das reservas subterrâneas.

Foco no ambiente marítimo

Para o ano de 2024, a maior parte dos recursos, aproximadamente R$ 9,50 bilhões, será aplicada em atividades marítimas, com destaque para a perfuração de poços, que absorverá R$ 8,50 bilhões desse total. O ambiente terrestre, embora também contemplado, receberá uma fatia menor dos investimentos, com R$ 470 milhões destinados a essa finalidade.

Etapas da exploração

A fase de exploração, conforme explica a ANP, se inicia com a assinatura dos contratos de exploração e produção de petróleo e gás natural. Nesse período, são realizados estudos detalhados para identificar a presença de combustíveis nas áreas contratadas, chamadas de blocos. Se os estudos indicarem uma quantidade economicamente viável de petróleo ou gás, as empresas envolvidas podem avançar para a fase de produção, transformando o bloco em um campo de extração ativo.

Resultados de 2023

O relatório da ANP também apresenta dados de 2023, destacando que o ano terminou com 251 blocos sob contrato, sendo 13 sob o regime de partilha de produção e 238 sob o regime de concessão. Houve uma redução significativa de 44 blocos em relação ao ano anterior, atribuída ao baixo número de novos contratos assinados e ao elevado número de blocos devolvidos.

O ambiente terrestre manteve-se como líder em número de blocos sob contrato, totalizando 151, comparado a 100 blocos em ambiente marítimo, dos quais 18 estão localizados no pré-sal. Em termos de área contratada, o ambiente terrestre lidera com 52% do total, cobrindo cerca de 84 mil km², enquanto o marítimo responde por 48%, com aproximadamente 77 mil km².

No ano de 2023, foram registradas 18 notificações de descoberta de poços, sendo 14 em terra e quatro no mar. As descobertas de hidrocarbonetos foram concentradas nas bacias de Santos e Campos, com dois registros cada, e em bacias terrestres de nova fronteira, como Amazonas (6) e Parnaíba (3). As bacias maduras de Espírito Santo e Recôncavo também tiveram descobertas, com quatro e uma notificações, respectivamente.

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