Médica e professora da UFU acusada de sequestrar bebê é demitida após investigação

Cláudia Soares Alves perdeu o cargo na universidade mais de um ano após o crime ocorrido no hospital da instituição federal em Uberlândia

Por Plox

03/09/2025 14h13 - Atualizado há 3 dias

A médica neurologista Cláudia Soares Alves, suspeita de ter sequestrado uma recém-nascida no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), foi oficialmente demitida do cargo de professora da instituição. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (3), no Diário Oficial da União, mais de um ano após o crime ocorrido em julho de 2024.


Imagem Foto: Reprodução


Segundo a UFU, a exoneração foi fundamentada na Lei nº 8.112/1990, que rege os servidores públicos federais. Cláudia foi desligada do cargo por manter conduta incompatível com a moralidade administrativa e utilizar sua função para obter benefícios indevidos.



A universidade esclareceu que o desligamento é resultado de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), instaurado em agosto de 2024, após a denúncia do sequestro. Durante a apuração, foram ouvidas testemunhas, analisados documentos e garantida ampla defesa à médica. Como Cláudia ainda estava em estágio probatório, a decisão não admite recurso interno.



A médica é investigada pela Justiça de Goiás, onde reside e foi presa, pelos crimes de sequestro, falsidade ideológica e tráfico de pessoas. O crime ocorreu no dia 24 de julho de 2024, por volta das 23h23, quando ela entrou no hospital alegando ser funcionária e se identificando com o nome falso de “Amanda”. Apresentando-se como médica, ela levou a recém-nascida dos pais com a justificativa de que a bebê precisava ser alimentada.


A ação dentro da unidade hospitalar durou aproximadamente 30 minutos. A atitude da mulher gerou desconfiança em uma funcionária, que alertou os seguranças. Um vigilante acompanhou a suspeita até a saída, sem saber do crime. O desaparecimento da criança só foi notado após a saída da médica, momento em que a Polícia Militar foi acionada.



O pai da bebê relatou à PM que a mulher disse que levaria a criança para tomar leite no “copinho”. Quando ela não retornou, ele buscou informações com a equipe do hospital e foi informado de que ninguém havia retirado a recém-nascida. As buscas se intensificaram durante a madrugada.


A médica foi localizada na manhã seguinte, em Itumbiara (GO), a cerca de 134 km de Uberlândia. A criança foi encontrada na residência da médica com uma funcionária. Cláudia chegou ao imóvel pouco depois e recebeu voz de prisão. No veículo dela, a polícia encontrou roupas e objetos da bebê.



Com mais de 9 mil seguidores nas redes sociais, Cláudia se apresentava como neurologista, formada pela própria UFU, com especialização em Medicina Interna e Neurologia. Ela também atuava como professora na Universidade Estadual de Goiás (UEG) desde 2019.



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