Oposição pressiona STF após revelações de ex-assessor do TSE
Declarações de Eduardo Tagliaferro na Comissão de Segurança Pública motivam pedido de suspensão do julgamento de Jair Bolsonaro
Por Plox
03/09/2025 09h33 - Atualizado há 6 dias
Durante uma audiência realizada nesta terça-feira (2) na Comissão de Segurança Pública do Senado, em Brasília, o ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, apresentou declarações que desencadearam forte reação da oposição. A sessão foi conduzida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Segundo o perito, relatórios produzidos no TSE eram direcionados para alimentar inquéritos sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele afirmou que havia menos burocracia nesse processo enquanto Moraes presidia o tribunal.
As falas levaram senadores oposicionistas a defender a suspensão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Flávio Bolsonaro classificou as revelações como um “modo de agir fora da lei e marginal de Alexandre de Moraes para requentar provas contra alvos pré-determinados”.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também se manifestou, afirmando que o processo estaria comprometido.
“Esse magistrado tinha que ser preso hoje, e o ministro Barroso teria que interromper esse julgamento hoje”
, declarou. Já Eduardo Girão (Novo-CE) sugeriu que os documentos sejam levados a instâncias internacionais, chamando a situação de “muito grave”.
O senador Esperidião Amin (PP-SC) cobrou a leitura de um requerimento que visa instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar membros do Judiciário por suposta perseguição política. Segundo ele, parte do material apresentado já serviria como base para os trabalhos.
Participando por videoconferência a partir da Itália, Tagliaferro afirmou que fingiu concordar com ordens de Moraes para conseguir reunir provas.
“Se eu fosse contra o sistema, não estaria aqui hoje com todo o material para apresentar”
, disse o ex-assessor.
A audiência e suas consequências aumentaram a pressão política em torno do julgamento de Jair Bolsonaro no STF, com a oposição buscando meios de interromper o andamento da ação.