Novo medicamento Mounjaro promete revolucionar tratamento de diabetes tipo 2

Comparado ao Ozempic, o novo remédio visa controle glicêmico e pode auxiliar no emagrecimento

Por Plox

03/10/2023 07h23 - Atualizado há quase 2 anos

Na semana passada, a Anvisa validou o uso de um novo fármaco para o tratamento do diabetes tipo 2, nomeado Mounjaro. Aprovado para complementar a dieta e os exercícios no controle da glicemia em adultos com essa condição, o Mounjaro apresenta vantagens em relação ao já conhecido Ozempic. Segundo a endocrinologista Claudia Cozer do Hospital Sírio-Libanês, enquanto o Ozempic simula apenas a ação do hormônio GLP-1, o Mounjaro tem a tirzepatida como princípio ativo, afetando simultaneamente dois hormônios, GIP e GLP-1.

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"Os estudos mostraram uma maior probabilidade de saciedade e emagrecimento com o Mounjaro", diz Claudia Cozer. Ambos os neurohormônios, GIP e GLP-1, são produzidos pelo sistema intestinal humano, e a suplementação através desses medicamentos eleva suas concentrações, amplificando a sensação de saciedade.

Objetivo principal e secundário dos medicamentos e a automedicação

Ambos os remédios, Ozempic e Mounjaro, têm o tratamento do diabetes tipo 2 como principal intuito. No entanto, um efeito secundário é a perda de peso. Atualmente, a Anvisa não autorizou o uso do Mounjaro exclusivamente para tratamento da obesidade. “O Ozempic demorou quase dois anos para ser liberado para emagrecimento", explica a especialista, sugerindo que o Mounjaro pode seguir um trajeto similar.

Um ponto crucial é o alerta da dra. Claudia Cozer sobre a dispensabilidade de prescrição médica para ambos os medicamentos, o que aumenta a preocupação com a automedicação. Ela ressalta, citando a CNN Brasil, que "tem gente que não aguenta os efeitos colaterais" dos medicamentos, que incluem náuseas, indigestão e tontura.

Entendendo a diabetes tipo 2 e o desafio da obesidade

Na diabetes tipo 2, o pâncreas secreta insulina abaixo do ideal para o corpo, ao contrário do tipo 1, onde não há secreção. Medicamentos como Ozempic e Mounjaro incentivam o pâncreas a liberar mais insulina, sendo essa quantidade proporcional à ingestão de glicose.

A dra. Claudia Cozer, ao discutir a obesidade, reforça que é uma enfermidade com múltiplas causas. Enquanto Ozempic e Mounjaro são drogas recentes, a última linha de medicamentos tinha sido lançada em 1995. Ela destaca, "é uma nova ferramenta, mas não se encaixa para todo mundo".

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