Polícia Federal exuma corpo na região do Vale do Aço de suposta vítima de crime internacional

Equipes da PF desembarcaram nesta segunda-feira no Aeroporto Regional do Vale do Aço

Por Plox

03/10/2023 10h13 - Atualizado há mais de 1 ano

Na tarde dessa segunda-feira (2), a Polícia Federal mobilizou um efetivo em Governador Valadares/MG para exumar o corpo que, segundo informações, pertence a um brasileiro. A solicitação para tal procedimento faz parte de uma Cooperação Jurídica Internacional em matéria penal, requerida pela Procuradoria-Geral da República do México ao Ministério Público Federal (MPF) do Brasil. As equipes desembarcaram no Aeroporto Regional do Vale do Aço, em Santana do Paraíso.

Foto: reprodução vídeo

 

Esta cooperação internacional tem como objetivo principal auxiliar na investigação de um suposto homicídio qualificado. O pedido especifica a exumação dos restos mortais, seguido da coleta de material genético de familiares para confirmação de identidade.

O processo envolverá uma perícia minuciosa realizada por especialistas da Polícia Federal brasileira em parceria com uma equipe multidisciplinar do México. O propósito é não apenas verificar a identidade, mas também determinar a causa da morte do indivíduo em questão.

A ação será supervisionada por autoridades brasileiras, especialmente membros do Setor de Medicina Legal e Odontologia do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal e representantes do Núcleo de Cooperação Internacional da Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais, além do MPF. Também marcarão presença, na qualidade de observadores, peritos e antropólogos oriundos do México e da Argentina, assim como representantes do Ministério Público Federal mexicano.

Foto: enviada ao WhatsApp do Plox

 

Contextualização do caso

Em San Fernando, Tamaulipas, México, houve a trágica descoberta de 72 corpos. As vítimas, supostamente estrangeiros tentando alcançar os EUA, teriam sido sequestradas por um grupo armado e oferecidas posições como assassinos de aluguel durante sua jornada aos Estados Unidos. Diante da recusa, foram mortas. Entre as vítimas, acredita-se que quatro eram brasileiros.

Os familiares enfrentaram obstáculos na identificação dos corpos. Em 2010, restos mortais foram entregues em uma caixa lacrada, sem oportunidade de reconhecimento pelas famílias devido a restrições impostas pelas autoridades mexicanas. Um pedido de revisão na identificação do corpo foi feito pelos familiares em 2013, e o relatório, elaborado pela comissão forense, foi entregue em 2019 ao Ministério Público e à família em 2021. No entanto, o documento concluiu que não havia informações suficientes para uma identificação precisa.

Com a exumação, espera-se coletar amostras biológicas que possam ser comparadas com materiais fornecidos por parentes diretos, visando a uma identificação conclusiva e ao esclarecimento das circunstâncias da morte.

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