Diz ter sido drogado e não lembra de nada, afirma um dos acusados de estuprar francesa

Jean T. alega intoxicação antes do crime

Por Plox

03/10/2024 10h09 - Atualizado há 18 dias

Jean T., acusado de estuprar Gisèle Pelicot na França, declarou nesta quinta-feira (3/10) que não possui lembranças dos acontecimentos e afirmou que também foi drogado pelo marido da vítima, Dominique Pelicot. O ex-carpinteiro de 52 anos relatou ao Tribunal de Avignon, no sul da França, que recebeu uma bebida oferecida por Dominique, o que teria causado sua suposta intoxicação.

 

Quando questionado pelo tribunal sobre o motivo de não ter denunciado a possível intoxicação, Jean T. alegou: "Foi um encontro ruim. Você esquece tudo e acabou." Dominique Pelicot está sendo julgado desde 2 de setembro, junto com outros 50 homens, sob a acusação de drogar secretamente sua então esposa, entre 2011 e 2020, para violentá-la em conjunto com diversas outras pessoas.

Jean T., conhecido como "Bill" no site coco.fr, onde teria conversado com o marido de Gisèle, foi um dos poucos acusados que estiveram na casa dos Pelicot, localizada em Mazan, no sul da França, durante o dia. Em sua defesa, ele alegou desconhecimento sobre o estado de Gisèle: "Ele nunca me disse que a mulher estava dormindo, drogada e que eu ia estuprá-la." Contudo, Dominique Pelicot rapidamente contestou a afirmação: "Todos sabiam", reiterou.

No dia 21 de setembro de 2018, Dominique gravou quase 10 cenas em que Gisèle Pelicot aparece inconsciente, roncando. Em uma delas, Jean T. é flagrado fazendo um sinal de aprovação com o polegar para a câmera. No tribunal, o acusado afirmou que não tinha conhecimento de que estava sendo filmado e só descobriu a existência dos vídeos quando os investigadores os apresentaram durante sua prisão.

Mesmo afirmando não se lembrar dos acontecimentos, Jean T. foi capaz de descrever o "modus operandi" do marido de Gisèle, detalhando como deveria estacionar longe da casa, entrar pelo pátio e despir-se na cozinha. Quando questionado se havia solicitado o consentimento de Gisèle, Jean T. declarou que, "em relações libertinas, geralmente são os homens que falam; a mulher sempre espera." Desde o início do julgamento, a vítima insiste que nunca consentiu com o marido ou com qualquer dos acusados e que desconhecia os atos cometidos.

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