Casos de intoxicação por metanol chegam a 59 no Brasil

O Brasil enfrenta um aumento preocupante de casos de intoxicação por metanol ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Segundo o Ministério da Saúde, já são 59 notificações recebidas em São Paulo, Pernambuco e no Distrito Federal. Desses, 11 foram confirmados e outros 48 permanecem em análise, incluindo ocorrências que resultaram em mortes.

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"Como a equipe do Ministério da Saúde acompanha diretamente conduta clínica, tem a confirmação que foi feita detecção do metanol", disse o ministro Alexandre Padilha, antes de corrigir a declaração ao informar que um caso do DF ainda não tem resultado laboratorial confirmado.

Entre os casos mais recentes, está o do rapper Hungria, internado nesta quinta-feira em Brasília após relatar sintomas compatíveis com intoxicação, como cefaleia, náuseas, vômitos, visão turva e acidose metabólica. O artista passou a receber tratamento com etanol e hemodiálise, segundo boletim médico. Sua equipe informou que ele está fora de risco iminente, mas precisou cancelar shows programados até o próximo fim de semana. Hungria soma mais de 12 milhões de seguidores nas redes sociais.

Diante do cenário, o Ministério da Saúde anunciou medidas emergenciais. Hospitais universitários devem receber 4.300 ampolas de etanol farmacêutico, já utilizado nos tratamentos, além da compra prevista de mais 5.000 tratamentos — cada um envolvendo cerca de 30 ampolas. Também há tratativas para importar fomepizol, considerado um antídoto eficaz contra intoxicações por metanol. A Anvisa abrirá um edital internacional para localizar fabricantes e distribuidores do medicamento, que não possui registro para comercialização no Brasil.

O governo federal instalou ainda uma sala de situação para monitorar o avanço dos casos, reunindo representantes de diferentes ministérios, conselhos de saúde, estados e municípios. Paralelamente, a Polícia Civil e a Vigilância Sanitária fiscalizaram quatro estabelecimentos suspeitos de vender bebidas contaminadas em São Paulo.

Com a escalada das ocorrências, médicos reforçam a recomendação para que a população evite consumir bebidas alcoólicas até que se tenha segurança sobre os produtos disponíveis no mercado.