Ciro Nogueira dá prazo final para Fufuca deixar governo Lula

A pressão política dentro do Partido Progressistas (PP) se intensificou nos últimos dias, com o presidente da legenda, senador Ciro Nogueira (PI), impondo um prazo definitivo para o ministro do Esporte, André Fufuca, deixar o governo Lula. De acordo com o ultimato, Fufuca tem até a próxima terça-feira, dia 9 de outubro, para oficializar sua saída da pasta.

Foto: Edwin Coutinho / Ministério do Esporte

Caso o ministro opte por permanecer no governo, corre o risco de sofrer punições internas, como a perda do comando do diretório estadual do PP no Maranhão, estado onde é uma das principais lideranças. “Fufuca terá que fazer uma escolha definitiva entre permanecer como integrante do partido ou manter sua posição no governo até a próxima semana. [...] Eu duvido que ele prefira perder o comando do partido dele do que ficar no governo”, declarou Ciro Nogueira em entrevista à CNN, na quinta-feira (2/10).

Inicialmente, o partido havia estabelecido como prazo limite o dia 30 de setembro, mas decidiu estender o período por mais uma semana. Agora, segundo Ciro, uma nova prorrogação está descartada. O PP, junto ao União Brasil, já anunciou oficialmente seu desligamento da base do governo federal, com o objetivo de se posicionar como oposição para as eleições de 2026.

Fufuca, no entanto, ainda não deu sinais de que pretende deixar o cargo. Com planos de disputar uma vaga ao Senado pelo Maranhão, o ministro avalia que manter o apoio do presidente Lula seria crucial em sua campanha. Ele, inclusive, já declarou voto em Lula para o próximo pleito presidencial.

O impasse coloca Fufuca em um dilema: romper com o partido ou arriscar sua candidatura ao Senado sem o apoio do PP. Ceder às exigências da legenda significaria perder influência no governo, mas permanecer no ministério pode gerar retaliações internas e enfraquecer sua posição eleitoral no estado.

O cenário se repete com o ministro do Turismo, Celso Sabino, filiado ao União Brasil. Ele também foi incluído no ultimato dado pelas legendas e deve oficializar sua saída após compromissos agendados com o presidente Lula em Belém (PA), nesta sexta-feira (3/10).

A movimentação do PP e do União Brasil está ligada à articulação de apoio a uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), à Presidência da República. Ambas as siglas se preparam para integrar a oposição e reposicionar suas bancadas para o novo ciclo eleitoral.

Enquanto isso, Fufuca segue no centro das atenções, tentando equilibrar os interesses políticos do partido e sua estratégia pessoal para 2026. O desfecho dessa disputa interna pode ter impacto direto nos rumos do governo e nas alianças da base aliada de Lula.