Uso da maconha aumenta o risco de batimentos cardíacos irregulares, diz estudo
Drogas como a cocaína, metanfetamina e opioides aumentou o risco de fibrilação atrial em até 86%
Por Plox
03/11/2022 12h14 - Atualizado há quase 2 anos
Segundo um estudo publicado na revista científica European Heart Journal, o uso recreativo de maconha, cocaína e metanfetamina aumenta o risco de fibrilação atrial, condição fatal caracterizada por batimentos cardíacos irregulares.
O estudo inédito mostra que a maconha, mesmo não sendo um estimulante com ação já conhecida no sistema cardiovascular, como a cocaína e a metanfetamina, levanta a hipótese que as arritmias cardíacas são causadas pela inalação de partículas.
“Também é intrigante considerar que as substâncias inaladas viajam diretamente dos pulmões para as veias pulmonares, que desembocam no átrio esquerdo, e que as veias pulmonares e o átrio esquerdo são especialmente importantes na geração da fibrilação atrial”, disse Gregory Marcus, investigador principal do estudo.
Os pesquisadores analisaram mais de 23 milhões de moradores da Califórnia que precisaram de atendimento médico entre os anos de 2005 a 2015. Cerca de 132 mil pessoas disseram fazer o uso de cannabis, 98 mil relataram consumir metanfetamina, 49 mil cocaína e 10 mil pessoas disseram usar opioides.
Durante os 10 anos de estudo, cerca de um milhão de pessoas desenvolveram fibrilação atrial. Sendo que, a metanfetamina causa um risco da condição de 86%, depois vem o opioides, com 74% de risco, e a cocaína, com 61%. A maconha aumenta o risco de fibrilação atrial em 35%.
“Apesar de apresentar uma associação mais fraca com a fibrilação atrial incidente do que as outras substâncias, o uso de cannabis ainda exibiu uma associação de magnitude semelhante ou maior a fatores de risco como dislipidemia, diabetes mellitus e doença renal crônica. Além disso, aqueles com uso de cannabis exibiram risco relativo semelhante ao daqueles com uso tradicional de tabaco”, escrevem os autores.
O batimento cardíaco irregular pode gerar condições cardiovasculares mais graves por conta da formação de coágulos nos átrios. Esses coágulos podem se romper e causar um acidente vascular cerebral (AVC) mortal. Os AVCs decorrentes deste tipo causam mais de 150 mil mortes por ano e afetam cerca de 12,1 milhões de pessoas somente nos Estados Unidos.