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Saúde
Novo anticorpo mostra alta eficácia contra HIV e reacende esperança contra aids
Pesquisadores do Hospital Universitário de Colônia, na Alemanha, descobriram o anticorpo 04_A06, que bloqueou 98% das variantes do HIV em testes pré-clínicos e pode revolucionar prevenção e tratamento da aids.
03/11/2025 às 07:39por Redação Plox
03/11/2025 às 07:39
— por Redação Plox
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A epidemia de aids é considerada uma das maiores crises de saúde da história. Desde a identificação do HIV em 1981 – com sua descoberta oficial em 1983 –, cerca de 44 milhões de pessoas morreram no mundo em consequência da doença.
Campanhas de conscientização, educação e prevenção
Foto: Reprodução Agência de Noticias da AIDS
Redução global nas mortes por HIV
O número anual de mortes causadas pela infecção apresenta queda constante ao longo das últimas décadas, resultado de campanhas de conscientização, educação e prevenção. Dados do Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids apontam que 2004 foi o ano com mais fatalidades, registrando 2,1 milhões de óbitos. Já em 2024, esse número caiu para 630 mil.
Descoberta na Alemanha reacende esperança contra o HIV
Uma nova descoberta realizada pelo Hospital Universitário de Colônia, na Alemanha, traz otimismo para a luta contra o HIV. Uma equipe liderada por Florian Klein, do Instituto de Virologia de Colônia, analisou amostras de sangue de 32 pessoas infectadas que, mesmo sem intervenção médica, desenvolveram respostas de anticorpos especialmente fortes e eficazes contra o vírus.
Foram testados mais de 800 anticorpos dessas amostras a fim de identificar a capacidade de neutralizar o HIV. Entre eles, um anticorpo denominado 04_A06 chamou a atenção por sua eficácia. O HIV invade as células e as utiliza para se multiplicar, enfraquecendo o sistema imunológico. O anticorpo 04_A06 bloqueia precisamente a região em que o vírus se conecta às células, impedindo sua proliferação.
Funcionamento dos anticorpos e potencial para replicação
No organismo, os anticorpos são produzidos pelos linfócitos B. Ao detectar patógenos, essas células se transformam e liberam anticorpos, como o 04_A06. Os cientistas decifraram o mecanismo de produção desse anticorpo, com o objetivo de replicá-lo em laboratório.
Você usa o modelo genético do anticorpo, transfere-o para uma linha celular em laboratório, usa outra célula e diz a ela: Por favor, produza este anticorpo – Florian Klein
Resultados em testes pré-clínicos e novas possibilidades de prevenção
Nos testes realizados em camundongos infectados com HIV, o 04_A06 conseguiu neutralizar a maior parte das infecções. Foram analisadas quase 340 variantes do vírus, incluindo cepas resistentes a outros anticorpos. O anticorpo mostrou capacidade de neutralização em 98% dos casos testados.
Os pesquisadores acreditam que a descoberta pode beneficiar diretamente pessoas infectadas, já que o anticorpo bloqueia o acesso do HIV às células. Ainda foi observado que os vírus bloqueados pelo 04_A06 se tornam mais facilmente reconhecidos e eliminados pelo sistema imunológico.
O HIV tem uma grande diversidade genética, os vírus são todos bastante diferentes. É isso que torna o HIV tão difícil de tratar – Florian Klein
Os especialistas avaliam que 04_A06 pode também funcionar como prevenção, interceptando o vírus antes que consiga infectar as células. Nesse contexto, o anticorpo representaria uma forma de imunização passiva, enquanto uma vacina ativa — capaz de induzir o próprio corpo a produzir anticorpos — ainda não existe.
Pesquisas sobre vacina e avanços nos medicamentos
Estudos buscando uma vacina baseada em RNA mensageiro (mRNA) estão em andamento, tentando estimular resposta imune por meio de uma proteína retirada do envelope do HIV. Semelhante ao mecanismo de infecção do coronavírus, essa proteína permite ao vírus entrar em contato e infectar células humanas. Por ora, os resultados envolvem apenas uma variante do HIV.
Klein destacou que criar uma vacina capaz de induzir o organismo a produzir anticorpos amplamente neutralizantes é um desafio significativo.
No contexto de prevenção, atualmente existem comprimidos e injeções profiláticas capazes de prevenir a infecção, mas grande parte das medicações exige uso diário. Há opções injetáveis, de ação prolongada, como lenacapavir e cabotegravir, cujas aplicações são realizadas semestralmente.
Segundo Klein, a profilaxia com o 04_A06 poderia eliminar a necessidade dos comprimidos diários, garantindo mais de 90% de proteção contra o HIV com uma aplicação a cada seis meses, similar aos medicamentos de depósito já existentes.
Outros anticorpos e desafios até a aplicação clínica
Outros anticorpos amplamente neutralizantes do HIV já foram identificados, mas o 04_A06 é reconhecido por especialistas como um dos mais potentes descobertos até agora. Sua alta eficácia pode garantir intervalos maiores entre as aplicações para proteção ou tratamento.
Apesar da expectativa, cientistas alertam que pode demorar até que o anticorpo se torne um medicamento disponível, já que os resultados até aqui são limitados a dados laboratoriais.
Para que o produto avance, será preciso detalhar a dosagem ideal, avaliar a tolerância e confirmar a eficácia em humanos.
Ainda que o início dos estudos seja promissor, especialistas reconhecem que só pesquisas clínicas vão confirmar o potencial do 04_A06 no combate ao HIV. As informações são relatadas pelo portal Deutsche Welle (DW).
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