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Para jovens brasileiros, salário pesa mais do que flexibilidade na escolha do emprego
Pesquisa do Senai e Sesi revela que a maioria dos jovens prioriza remuneração ao avaliar oportunidades profissionais, deixando de lado benefícios como trabalho híbrido.
03/11/2025 às 08:06por Redação Plox
03/11/2025 às 08:06
— por Redação Plox
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O salário é o fator que mais pesa na decisão dos jovens brasileiros na hora de escolher um emprego, aponta uma pesquisa realizada pelo Senai e Sesi com apoio da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), divulgada nesta segunda-feira (3).
Estudo revela as principais prioridades dos jovens em relação ao trabalho
Foto: Reprodução/Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
Remuneração supera flexibilidade e modelo híbrido
Segundo o levantamento, a remuneração aparece como critério mais relevante para os jovens do que modelos flexíveis de jornada ou o trabalho híbrido. Foram ouvidos 1.958 jovens entre 14 e 29 anos, de todas as regiões do país.
O estudo mostra que 55% dos entrevistados não aceitariam uma jornada mais flexível se isso implicasse redução salarial — mesmo com mais tempo para a vida pessoal.
Além do salário, oportunidades de crescimento na carreira e benefícios complementares, como auxílio-transporte e seguro saúde, também são valorizados por essa geração.
Principais fatores que influenciam a escolha de vaga
A pesquisa identificou os três principais critérios para a tomada de decisão:
Salário (41%)
Oportunidades de crescimento (21%)
Benefícios extras (20%)
Quando o ambiente de trabalho não corresponde às expectativas, os jovens não hesitam em buscar outras oportunidades: metade deles troca de emprego por baixa remuneração, e outros 28% por causa do estresse.
Mais do que se adaptar às transformações do mercado, a nova geração busca participar delas. O desafio é conectar essa disposição com oportunidades reais de formação e trabalho, unindo significado, segurança e futuro. – Gustavo Leal, diretor geral do Senai
Modelo híbrido atrai, mas salário continua sendo prioridade
O levantamento indica que 66% dos jovens, sobretudo mulheres, consideram o modelo híbrido de trabalho atrativo. No entanto, a flexibilidade não ultrapassa a importância do salário: a maioria prefere abrir mão de uma rotina mais flexível, desde que mantenha uma remuneração mais alta.
Os dados mostram que salário abre a porta e atrai os jovens no início, mas é o respeito que mantém o engajamento, o propósito que sustenta o comprometimento e o plano de carreira que garante a permanência. – Paulo Mol, diretor superintendente do Sesi
Formação continuada e tecnologia como aliados
O desejo de crescer profissionalmente aparece também na relação dos jovens com a educação. O levantamento revela que 79% pretendem continuar estudando, e 88% aceitariam participar de cursos gratuitos — sejam eles técnicos, de graduação ou microcertificações.
A tecnologia é vista como uma aliada: 68% entendem que competências digitais são essenciais ao mundo do trabalho, incluindo análise de dados, comunicação, edição de conteúdo e vendas online.
Em relação à inteligência artificial, 75% dos entrevistados acreditam que a tecnologia pode aumentar a produtividade, embora parte ainda demonstre receio de perder espaço para as máquinas.
Indústria é vista como caminho de estabilidade e futuro
O estudo indica que quase metade dos jovens brasileiros (49%) têm interesse em trabalhar na indústria, sobretudo os homens. Entre os que têm entre 25 e 29 anos, 41% já buscaram oportunidades no setor, o que mostra que, com o amadurecimento profissional, a indústria se torna uma opção mais atrativa.
A percepção de solidez e retorno financeiro torna o segmento industrial ainda mais desejado para quem busca estabilidade.
Em relação ao futuro, 53% acreditam que a indústria pode atender às expectativas de carreira e remuneração ao longo das próximas duas décadas.