Deputado acusa governo Lula de negligência em falta de vacinas e usa termo ‘genocídio’

Minas Gerais enfrenta desabastecimento de vacinas como Covid e Varicela; críticas surgem em audiência pública na ALMG.

Por Plox

03/12/2024 16h08 - Atualizado há 3 meses

A falta de vacinas em Minas Gerais foi alvo de duras críticas nesta terça-feira (03), durante uma audiência pública na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O deputado estadual Arlen Santiago (Avante) não poupou palavras ao responsabilizar o governo Lula pela escassez de imunizantes, utilizando o termo "genocídio" em diversas ocasiões para descrever a situação.

Críticas contundentes ao governo federal

O parlamentar acusou o Ministério da Saúde de falhas graves no fornecimento de vacinas, destacando a ausência de campanhas nacionais de imunização em 2024. “Tem faltado também vacina de varicela, Covid e outros insumos, como insulina para diabéticos, e isso tem causado mortes”, afirmou Arlen Santiago. Ele ainda apontou que, enquanto o governo estadual tenta contornar o problema com incentivos financeiros e campanhas como o projeto Vacina Mais Minas, a falta de imunizantes compromete os esforços locais.

Estados têm relatado falta de imunizantes Foto: Agência Brasil/José Cruz

Escassez de imunizantes e justificativas apresentadas

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais confirmou a dificuldade no abastecimento de vacinas, com maior impacto sobre os imunizantes contra Covid-19 e Varicela. Segundo a diretora de vigilância epidemiológica, Marcela Lencine Ferraz, o contrato para aquisição de novas doses da vacina contra o coronavírus foi firmado pelo Ministério da Saúde e a entrega está prevista para a primeira quinzena de dezembro. No caso da Varicela, a última remessa foi recebida em meados do ano, e o estado tem adotado medidas de controle de surto com distribuição restrita das doses disponíveis.

O uso do termo ‘genocídio’

Durante a audiência, o deputado Arlen Santiago repetiu o termo "genocídio" para criticar a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o governo federal. Ele justificou a escolha da palavra ao relembrar críticas feitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro por sua postura em relação às vacinas. “Agora, não se fala mal, mas também não se compra a vacina para a população. Então, eu considero que o genocídio está aí nesse momento”, argumentou.

Medidas e cobranças do Ministério Público

Como desdobramento da reunião, o Ministério Público Estadual anunciou que irá recorrer a órgãos federais para pressionar o governo Lula. Segundo Luciano Moreira, promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Defesa da Saúde, a questão será levada à Procuradoria Federal de Direitos do Cidadão e a outros órgãos competentes. “Precisamos retomar as coberturas vacinais e sabemos que a falta de imunizantes é um dos fatores responsáveis pela queda nos índices de vacinação”, declarou.

Esforços estaduais para mitigar a crise

O projeto Vacina Mais Minas foi apresentado como uma resposta do governo estadual à crise. Entre as iniciativas estão a entrega de 163 unidades de Vacimóvel e ações para reforçar a vacinação em municípios mineiros. No entanto, a secretaria enfatizou que, sem o apoio do governo federal no fornecimento de imunizantes, os resultados permanecem limitados.

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