Política

Lula defende indicação de Jorge Messias ao STF e tenta conter resistência no Senado

Presidente diz não entender polêmica no Senado sobre nome de Jorge Messias, que enfrenta baixa contagem de votos; com sabatina cancelada, governo avalia alternativas e fortalece opção por Simone Tebet

03/12/2025 às 13:18 por Redação Plox

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, nesta quarta-feira (3), a resistência no Senado ao nome de Jorge Messias, seu indicado para o STF (Supremo Tribunal Federal). Em entrevista, o chefe do Executivo disse não entender a “polêmica” em torno da escolha e a transformação do caso em um “problema político dessa monta”.

Jorge Messias ao lado de Lula

Jorge Messias ao lado de Lula

Foto: Ricardo Stuckert / PR


Eu não entendo o porquê da polêmica, não é o primeiro ministro que eu indico. Eu já indiquei oito ministros. Eu simplesmente escolho uma pessoa, mando para o Senado, o Senado faz um julgamento pra saber se a pessoa está qualificada ou não. Eu não sei por que foi transformado um problema político dessa monta, eu espero que seja resolvido.

Lula, em entrevista à TV Verdes Mares

Ao falar sobre a indicação, o presidente reforçou estar “muito tranquilo” em relação à decisão e afirmou ter cumprido seu papel ao enviar o nome de Messias ao Senado, ressaltando que, em sua avaliação, o indicado tem qualificação profissional para ocupar uma cadeira na Suprema Corte.

Lula, Senado e a disputa em torno da vaga no STF

A escolha de Jorge Messias provocou desconforto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que se queixa de não ter sido comunicado previamente sobre a indicação. Alcolumbre defendia com firmeza que o ex-presidente do Senado e seu aliado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fosse o escolhido para a vaga deixada com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso.

No Senado, estimativas apontam que o advogado-geral da União teria hoje entre 20 e 30 votos garantidos na sabatina, número insuficiente para sua aprovação ao STF, que exige ao menos 41 votos favoráveis em plenário.

Pressões políticas e alternativas em avaliação

Diante da resistência ao nome de Messias, Lula passou a considerar alternativas para o Supremo. Nos bastidores do governo, ganha força o nome da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), que voltou a circular com destaque entre os possíveis indicados.

O nome de Tebet é visto como mais aceitável para Alcolumbre e também atende às pressões para que o governo indique uma mulher ao STF, o que permitiria a Lula manter a bandeira da representatividade feminina em postos de autoridade.

Sabatina adiada e estratégia do Planalto

A sabatina de Jorge Messias chegou a ser marcada por Alcolumbre para 10 de dezembro, em um prazo considerado curto para que o indicado conseguisse articular apoios entre os senadores.

Na terça-feira (2), porém, o presidente do Senado decidiu cancelar a sessão, alegando que Lula ainda não havia enviado a carta oficial ao Congresso formalizando a indicação, o que impede a votação. A demora no envio do documento é tratada como uma estratégia do governo para dar mais tempo a Messias para organizar reuniões e tentar reverter resistências no Senado.

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