A prova discursiva da segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU) 2025 será aplicada neste domingo (7) e deve reunir cerca de 42,4 mil candidatos em todo o país.

Com a data se aproximando, aumenta a ansiedade com os estudos, mas um ponto essencial também merece atenção: saber exatamente o que é permitido e o que é proibido levar no dia da prova.

Para evitar contratempos, é recomendável separar todos os itens na véspera e revisar a lista antes de sair de casa. Assim, no domingo, a atenção fica totalmente voltada para o desempenho na avaliação.

Ao longo desta reportagem, entenda:

• Como será a estrutura da prova discursiva
• O que será avaliado em cada nível
• Estratégias de estudo na reta final
• Situações que podem levar à nota zero
• Horários de abertura e fechamento dos portões
• Como foi a primeira fase do CNU 2025
• Próximas datas do cronograma

Como será a estrutura da prova discursiva

A prova discursiva será aplicada no mesmo dia para todos os blocos temáticos, mas o formato muda conforme o nível de escolaridade exigido pelo cargo.

No nível superior, os candidatos responderão a duas questões discursivas, cada uma com até 30 linhas e valendo 22,5 pontos.

Já no nível intermediário, a avaliação será feita por meio de uma redação dissertativo-argumentativa, também limitada a 30 linhas, com valor total de 30 pontos.

Em ambos os casos, a banca cobra clareza, objetividade e domínio da norma culta.

A nota da discursiva será integrada à Nota Final Ponderada, sistema que atribui pesos diferentes para cada etapa. Isso pode elevar significativamente o desempenho geral: um candidato que teve resultado mediano na prova objetiva pode melhorar a classificação se for bem na discursiva, o que torna essa fase especialmente estratégica.

O que será avaliado em cada nível

Segundo o edital, a segunda etapa do concurso segue critérios específicos.

No nível superior, metade da nota (50%) está ligada ao domínio técnico do conteúdo, como precisão conceitual, atendimento ao enunciado e uso adequado dos temas de Conhecimentos Específicos. A outra metade avalia o uso da língua portuguesa, incluindo ortografia, coesão, coerência e estrutura textual.

No nível intermediário, a avaliação se concentra integralmente na qualidade da escrita e na capacidade de argumentação, ou seja, 100% da nota está relacionada à língua portuguesa.

Como estudar na reta final

Na preparação para a prova discursiva, não basta memorizar conteúdo: é necessário transformar conhecimento em texto bem estruturado, dentro do limite de linhas e do tempo disponível.

Uma estratégia é organizar os estudos em três pilares: revisão focada, treino e simulação. Isso envolve revisar os principais eixos do edital, treinar textos respeitando o limite de 30 linhas e o tempo da prova, e simular ao menos uma vez uma prova completa.

Para o nível superior, vale priorizar conceitos, classificações, políticas públicas e procedimentos específicos. Em blocos como o de Administração, por exemplo, são comuns temas ligados a gestão por competências.

Outra orientação central é ler o edital com atenção, verificando o formato da prova, os eixos temáticos e os critérios de correção, para alinhar o plano de estudo ao que será efetivamente cobrado.

Uma estrutura possível para o texto, dentro de 30 linhas, é a divisão em quatro parágrafos: introdução, dois parágrafos de desenvolvimento e conclusão. Rascunhar a tese, os argumentos principais e a forma de encerramento antes de passar a limpo ajuda a distribuir melhor as ideias e as linhas.

Também é importante equilibrar conteúdo e linguagem: no nível superior, a nota é dividida entre conhecimento técnico e língua portuguesa; no nível intermediário, toda a avaliação recai sobre a escrita. Na revisão final, reservar de 5 a 10 minutos para conferir o atendimento ao tema, a coerência do texto e possíveis erros gramaticais pode fazer diferença na pontuação.

Regras formais: o que pode levar à nota zero

Além do conteúdo, o candidato precisa observar com rigor as regras formais, que têm caráter eliminatório.

De acordo com o edital, a prova deve ser escrita exclusivamente com caneta esferográfica azul ou preta, de corpo transparente.

A folha definitiva não pode conter assinatura, marcas, símbolos ou qualquer elemento que permita identificar o autor.

Respostas escritas fora do espaço delimitado pela banca ou com letra ilegível recebem nota zero. O rascunho não será corrigido: apenas o texto final transcrito na folha oficial tem validade.

Horários da prova discursiva

Os portões serão fechados às 12h30 (horário de Brasília), e a prova começa às 13h. A partir daí, muda apenas a duração, de acordo com o nível do cargo:

Nível superior
• Duração: até 16h (3 horas de prova)
• O caderno de questões só poderá ser levado a partir das 15h.

Nível intermediário
• Duração: até 15h (2 horas de prova)
• A retirada do caderno será permitida a partir das 14h.

Em todos os casos, o candidato deve permanecer na sala por, no mínimo, uma hora, entregar o cartão de respostas e a folha de textos definitivos ao final. As três últimas pessoas da sala precisam esperar juntas até a assinatura da ata.

Como foi a primeira fase do CNU 2025

A primeira etapa do CNU 2025, realizada em 5 de outubro, teve números expressivos e algumas mudanças em relação ao ano anterior.

Para reforçar a segurança contra fraudes, foram produzidas 36 versões diferentes da prova objetiva, com quatro modelos distintos para cada bloco temático.

Outra novidade foi a permissão de levar o caderno de questões para casa, desde que o candidato permanecesse até o fim do período total da prova.

As provas começaram às 13h, com durações diferentes:

Nível superior
• 5 horas de prova (até 18h)

Nível intermediário
• 3h30 de prova (até 16h30)

Independentemente do nível, todos os candidatos precisaram ficar na sala pelo menos duas horas antes de poder sair.

A estrutura da objetiva foi dividida em duas partes:

• Conhecimentos gerais, com conteúdos como língua portuguesa, raciocínio lógico e atualidades;
• Conhecimentos específicos, variando conforme o bloco temático.

O número de questões também variou:

• 90 questões para nível superior (30 de conhecimentos gerais + 60 de específicos);
• 68 questões para nível intermediário (20 de conhecimentos gerais + 48 de específicos).

Segundo o Ministério da Gestão, a participação surpreendeu: quase 60% dos inscritos compareceram, o que reduziu a abstenção para 42,8%, bem abaixo do índice de 2024 (54%).

Mais de 760 mil pessoas se inscreveram, consolidando o CNU como o maior concurso público do país. O menor índice de abstenção foi registrado no Distrito Federal (30,8%); o maior, no Amazonas (51,2%).

Com boa participação na primeira fase, a expectativa agora se concentra na etapa discursiva, que será decisiva para a classificação final.

Blocos temáticos e vagas do CNU 2025

A segunda edição do CNU organizou as vagas em nove blocos temáticos. Com uma única inscrição, o candidato concorre a todas as vagas do bloco escolhido.

Os blocos são:

• Seguridade Social
• Cultura e Educação
• Ciências, Dados e Tecnologia
• Engenharias e Arquitetura
• Administração
• Desenvolvimento Socioeconômico
• Justiça e Defesa
• Intermediário – Saúde
• Intermediário – Regulação

Os salários variam aproximadamente de R$ 4 mil a R$ 16 mil, de acordo com o cargo e o nível de escolaridade. Embora a maior parte das oportunidades esteja em Brasília, há vagas distribuídas por vários estados.

O CNU 2025 também passou a ser regido por um único edital, o que facilita o acesso às informações e a comparação entre blocos.

Próximas datas do cronograma

O cronograma do CNU 2025 prevê os seguintes marcos:

• 1º de dezembro – Divulgação do cartão de confirmação com o local de prova
• 7 de dezembro – Aplicação das provas discursiva e objetiva
• 6 de janeiro de 2026 – Divulgação da nota preliminar da discursiva e do espelho de correção
• 7 e 8 de janeiro de 2026 – Prazo para interposição de recursos
• 30 de janeiro de 2026 – Divulgação do resultado final da discursiva e da lista de classificação

Com a fase decisiva se aproximando, organização, atenção às regras do edital e treino direcionado podem ser determinantes para conquistar uma vaga.