Salário mínimo de 2025 terá aumento de 7,5% e injeta R$ 82 bilhões na economia

O reajuste de 7,5% no salário mínimo para 2025, que eleva o benefício a R$ 1.518,00, deverá injetar R$ 81,5 bilhões em renda na economia brasileira, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com o novo valor, o país também registrará um incremento de R$ 43,9 bilhões na arrecadação de impostos, refletindo o impacto econômico ampliado do reajuste.

Impacto sobre os trabalhadores

Atualmente, 59,9 milhões de brasileiros têm seus rendimentos atrelados ao salário mínimo. Essa população é composta, principalmente, por beneficiários do INSS, empregados formais, trabalhadores autônomos, domésticos e empregadores. A correção nominal do salário mínimo foi de R$ 106,00, considerando a reposição da inflação de 4,84%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do IBGE, para o período entre dezembro de 2023 e novembro de 2024.

Além disso, houve um acréscimo de 2,5%, garantido pela Lei 15.077/2024, que alterou o Novo Arcabouço Fiscal (NAF) e a Política Nacional de Valorização do Salário Mínimo (PNVSM).

"Se a regra que repassava integralmente o crescimento do PIB de 2023, de 3,2%, fosse aplicada, o salário mínimo seria de R$ 1.528,00, ou seja, R$ 10,00 maior", explicou o Dieese em sua análise.

Reajuste e perda de poder de compra

Apesar da correção, o salário mínimo perdeu mais da metade do aumento real em comparação com o reajuste de 2024. No ano anterior, o ganho real foi de 5,77%, enquanto o aumento real deste ano será de apenas 2,50%.
Mesmo com a reposição inflacionária, o Dieese destacou a perda do poder de compra, especialmente em relação aos alimentos, que registraram alta expressiva nos últimos anos. "Houve perda de poder de compra em relação aos preços dos alimentos, que tiveram aumento considerável e pesam muito no orçamento familiar da classe trabalhadora", constatou o órgão.

Cesta básica e poder de compra

O Dieese projeta que o novo salário mínimo permitirá adquirir cerca de 1,79 cestas básicas por mês, considerando um custo estimado de R$ 850,00 para o grupo de itens essenciais. O valor exato da cesta básica em janeiro de 2025 ainda será apurado, mas as projeções indicam que o impacto do aumento será limitado frente à alta nos preços desses produtos.