Servidores mineiros resistem ao retorno à Cidade Administrativa devido a problemas estruturais

Banheiros, elevadores e falta de água estão entre as principais queixas; exigência de trabalho presencial em três dias da semana gera insatisfação.

Por Plox

04/01/2025 08h42 - Atualizado há 6 meses

A obrigatoriedade de retorno ao trabalho presencial na Cidade Administrativa de Minas Gerais está enfrentando resistência por parte dos servidores estaduais. De acordo com resolução conjunta das secretarias de Planejamento e Governo, os funcionários devem comparecer presencialmente pelo menos três dias da semana a partir de janeiro de 2025. No entanto, a precariedade da estrutura dos prédios preocupa os trabalhadores, que relatam condições insatisfatórias e riscos à segurança.

Crédito: Divulgação

Banheiros com descargas quebradas, pias sem água e vazamentos são problemas frequentes relatados pelos servidores. Além disso, vídeos enviados por funcionários mostram que os bebedouros estão frequentemente sem água e que goteiras são uma constante nos prédios. A situação é agravada pelos recorrentes problemas nos elevadores, que, segundo relatos, deixam os trabalhadores frequentemente presos, dificultando ainda mais a mobilidade no local.

 

Teletrabalho e mudanças nas regras
Desde a pandemia, o teletrabalho tornou-se a norma para muitos servidores estaduais. Com o arrefecimento da crise sanitária em 2023, o retorno presencial passou a ser exigido ao menos uma vez por semana, com variações de acordo com cada órgão governamental. A partir de janeiro de 2025, a exigência foi ampliada para três dias presenciais, conforme o decreto emitido no final de 2024.

Os prédios da Cidade Administrativa, inaugurados em 2010 para centralizar as operações do Executivo Estadual, ficaram quase desocupados durante grande parte de 2024 devido a problemas estruturais. Um dos fatores principais para essa desocupação foi a recorrência de falhas nos elevadores, que tornaram inviável a presença massiva de funcionários.

Riscos à segurança e falta de certificação
Os servidores denunciam que os prédios não possuem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento obrigatório que atesta a segurança das edificações. Além disso, há relatos de portas de emergência bloqueadas, o que representa um grave risco em caso de necessidade de evacuação.

A ampliação do número de trabalhadores no local, prevista para fevereiro, quando boa parte dos servidores retornará de férias, preocupa ainda mais. "O temor é que o cenário caótico piore com o aumento do fluxo de pessoas", disseram os servidores à reportagem.

Impacto imediato do decreto
O fluxo de servidores já começou a crescer desde o início de janeiro, mas a resistência à medida é evidente. Para muitos, as condições precárias da Cidade Administrativa são incompatíveis com um retorno presencial em larga escala.

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