Sete mil mulheres já se inscrevem no serviço militar voluntário em dois dias

O Ministério da Defesa registrou cerca de 7 mil inscrições de mulheres para o serviço militar voluntário nos dois primeiros dias de 2025. O programa é voltado às jovens que completam 18 anos neste ano e oferece 1.465 vagas distribuídas entre Brasília (DF) e 28 municípios de 13 estados, além do Distrito Federal.

Expansão feminina no serviço militar

A meta do Ministério da Defesa é aumentar progressivamente a participação feminina no serviço militar inicial, alcançando 20% das vagas. Para este ano, estão previstas 1.100 posições no Exército Brasileiro, 300 na Aeronáutica e 155 na Marinha.

Atualmente, o efetivo de mulheres nas Forças Armadas chega a 37 mil, o que corresponde a 10% do total. A maioria atua em áreas como saúde, ensino e logística, com acesso à área combatente por meio de concursos específicos.

Processo seletivo e etapas

A seleção para o serviço militar feminino será rigorosa e inclui entrevistas, inspeções de saúde (exames clínicos e laboratoriais) e testes físicos. O processo será dividido em cinco fases principais: alistamento, seleção geral, seleção complementar, designação/distribuição e incorporação.

As candidatas aprovadas iniciarão suas funções em março ou agosto de 2026, ocupando os cargos iniciais de soldado (Exército e Aeronáutica) ou marinheiro-recruta (Marinha).

Direitos e deveres no serviço militar

Uma vez incorporadas, as militares terão os mesmos direitos e deveres dos homens, além de estarem sujeitas às penalidades previstas na legislação brasileira. De acordo com o Decreto 12.154, de 27 de agosto de 2024, o serviço militar terá duração de 12 meses, podendo ser prorrogado por até oito anos.

Entretanto, as mulheres voluntárias não terão estabilidade no serviço. Após o desligamento, elas integrarão a reserva não remunerada das Forças Armadas.

Abertura inédita para mulheres em 2025

O alistamento voluntário feminino, que segue até 30 de junho, ocorre paralelamente ao alistamento obrigatório para homens. A iniciativa representa uma abertura inédita e reforça o compromisso de inclusão e diversidade dentro das Forças Armadas brasileiras.

As mulheres têm, também, outras formas de ingressar nas Forças Armadas, seja por meio de concursos públicos ou como militares temporárias, em instituições como o Colégio Naval, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR).