Governo estuda expansão da vacinação contra Dengue no Brasil

O Brasil, pioneiro na oferta de vacinas contra dengue no sistema público de saúde, está planejando ampliar a disponibilidade desses imunizantes, conforme anunciado pela ministra da Saúde, Nísia Trindade. A declaração ocorreu durante a inauguração do Centro de Operações de Emergências (COE) em Brasília, neste sábado (3), destacando as discussões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Butantã para viabilizar o aumento da oferta.

Desde a chegada da primeira remessa de aproximadamente 757 mil doses em 20 de janeiro, fornecidas pela farmacêutica Qdenga, o Brasil se prepara para receber um total de 5,2 milhões de doses ao longo do ano. Esta iniciativa visa inicialmente imunizar populações de regiões endêmicas, abrangendo 521 municípios. Adicionalmente, o governo já contratou mais 9 milhões de doses para 2025.

Entretanto, a ministra Trindade alertou que, apesar dos esforços para aumentar a disponibilidade das vacinas, os impactos no combate à dengue não serão percebidos imediatamente. "Não vai ter um impacto nesse intervalo inicial de poucos meses", explicou, ressaltando a importância de medidas preventivas contínuas.

O COE, estabelecido para fortalecer o monitoramento da dengue no país, trabalhará em colaboração com estados e municípios para coletar e analisar dados, além de divulgar informações através de relatórios e boletins epidemiológicos. Até o momento, o Brasil já registrou 243.721 casos prováveis de dengue neste ano, com 29 mortes confirmadas e outras 170 sob investigação.

A ministra também apontou a situação alarmante da dengue em alguns municípios, especialmente no Acre, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) declarou uma epidemia de dengue, com a cidade de Barbacena decretando situação de emergência em saúde pública devido ao aumento de casos.

Além da vacinação, o Ministério da Saúde enfatiza a importância da eliminação dos criadouros do mosquito transmissor como a principal medida preventiva. A população é incentivada a colaborar com os agentes de combate a endemias e agentes comunitários de saúde na identificação e eliminação de possíveis focos do mosquito.