China responde a tarifas dos EUA e impõe novas taxas sobre carvão, gás e petróleo

Pequim retalia taxação de Trump com tarifas sobre energia e veículos, enquanto negociações comerciais seguem em curso

Por Plox

04/02/2025 08h53 - Atualizado há cerca de 1 mês

A China anunciou nesta terça-feira (4) uma nova rodada de tarifas sobre produtos dos Estados Unidos, em resposta à decisão do presidente americano, Donald Trump, de impor uma taxação de 10% sobre bens chineses. A medida eleva as tensões na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Foto: Reprodução de vídeo

Retaliação chinesa atinge setor energético e automobilístico

O Ministério do Comércio da China detalhou as novas tarifas, que incluem um imposto de 15% sobre carvão e gás liquefeito dos EUA. Já o petróleo, as máquinas agrícolas e os veículos de grande potência americanos sofrerão uma taxação de 10%.

A decisão de Pequim veio pouco depois da entrada em vigor das tarifas impostas por Trump no último sábado (1º/2). Além da retaliação comercial, a China apresentou uma queixa formal à Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando que as tarifas americanas violam acordos internacionais e prejudicam seus interesses.

Tentativa de negociação entre Trump e Xi Jinping

Diante da escalada do conflito comercial, o governo americano informou que Trump pretende conversar com o presidente chinês, Xi Jinping, ainda nesta terça-feira. O objetivo seria buscar uma solução para o impasse, possivelmente nos moldes dos acordos negociados recentemente com México e Canadá.

Trégua comercial com México e Canadá

Antes da ofensiva contra a China, Trump também havia anunciado novas tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá, sob a justificativa de que esses países não estavam tomando medidas suficientes para conter o fluxo ilegal de migrantes e drogas para os EUA.

No entanto, após negociações de última hora, Washington suspendeu a aplicação das tarifas por 30 dias. O acordo foi firmado após conversas diretas com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau.

México reforça segurança na fronteira
A presidente do México afirmou que seu governo aumentará a presença da Guarda Nacional na fronteira norte com 10.000 agentes para combater o tráfico de drogas, especialmente o fentanil, uma substância sintética 50 vezes mais potente que a heroína e responsável por milhares de mortes nos EUA.

Por sua vez, os Estados Unidos se comprometeram a intensificar o combate ao tráfico de armas para o México, atendendo a uma demanda antiga do governo mexicano.

Canadá endurece políticas contra cartéis
No Canadá, o primeiro-ministro Trudeau anunciou a mobilização de quase 10.000 agentes para reforçar a segurança na fronteira, além da inclusão dos cartéis de drogas na lista de organizações terroristas. Ele também prometeu nomear um “czar” para liderar os esforços contra o tráfico de fentanil.

Acusações americanas contra a China

Washington tem acusado a China de ser um dos principais responsáveis pela crise do fentanil nos EUA. Segundo serviços de inteligência americanos, a China exporta componentes químicos para o México, onde cartéis os transformam na droga e a enviam para os Estados Unidos.

Trump foi ainda mais longe, afirmando que o Partido Comunista Chinês estaria "subsidiando empresas químicas chinesas para que exportem fentanil", ampliando ainda mais as tensões entre os países.

Com a conversa entre Trump e Xi Jinping prevista para as próximas horas, a expectativa é de que as potências busquem alternativas para evitar uma escalada ainda maior da guerra comercial.

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