Dólar fecha em R$ 5,77 e registra maior sequência de quedas desde o Plano Real

Moeda norte-americana caiu pelo 12º dia consecutivo, influenciada por dados econômicos dos EUA

Por Plox

04/02/2025 22h42 - Atualizado há cerca de 1 mês

O dólar comercial encerrou esta terça-feira (4) cotado a R$ 5,77, registrando sua 12ª queda consecutiva. Essa é a maior sequência de desvalorização da moeda desde a implementação do Plano Real. O recuo de hoje levou o dólar ao menor patamar desde 19 de novembro, acumulando uma queda de 6,59% em 2025.

Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

Fatores que impulsionaram a queda

A moeda iniciou o dia perto da estabilidade, refletindo as tensões comerciais entre China e Estados Unidos, após a decisão do governo de Donald Trump de elevar tarifas de importação. No entanto, ao longo da manhã, o dólar passou a cair de forma mais acentuada com a divulgação de novos dados sobre a economia norte-americana.

O Departamento do Trabalho dos EUA informou que, em janeiro, o número de vagas de emprego abertas no país caiu em 556 mil. Esse indicador reforçou a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) reduza as taxas de juros mais rapidamente do que o previsto. Com juros mais baixos nos Estados Unidos, investidores tendem a direcionar mais capital para economias emergentes, como o Brasil, pressionando a cotação do dólar para baixo.

Impacto no mercado financeiro

Enquanto o dólar caiu, o mercado de ações enfrentou um dia mais turbulento. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), recuou 0,65%, fechando aos 125.147 pontos. O movimento foi influenciado pela queda nas ações de empresas exportadoras, que foram afetadas pelo dólar mais fraco.

Outro fator que pesou sobre a bolsa foi a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O documento, considerado mais rígido do que o esperado, gerou preocupações no mercado financeiro. A possibilidade de que a inflação dos alimentos se espalhe para outros setores levantou temores de que o Banco Central possa adotar uma postura mais cautelosa e manter os juros elevados após a próxima reunião em março. Juros mais altos tendem a desestimular investimentos em renda variável, como ações, favorecendo aplicações em títulos públicos e outras opções de renda fixa.

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