Sintomas confundidos com depressão levam homem a descobrir tumor cerebral
Professor recebeu tratamento para ansiedade antes de exame revelar tumor de 7 cm no cérebro
Por Plox
04/02/2025 12h31 - Atualizado há cerca de 1 mês
Um professor britânico de 64 anos, Richard West, teve os primeiros sinais de um tumor cerebral confundidos com depressão. Durante meses, ele foi tratado com medicamentos para ansiedade até que um colapso psicológico levou a exames mais detalhados, revelando um meningioma de 7 centímetros no lobo frontal esquerdo do cérebro.

Sintomas iniciais confundidos com depressão
Os primeiros sinais da doença surgiram em 2021, durante o auge da pandemia de Covid-19. Richard começou a notar episódios frequentes de esquecimento e mudanças em seu comportamento, tornando-se mais antissocial e temperamental. Com o passar do tempo, mesmo com o fim das restrições impostas pelo isolamento, ele continuava enfrentando dificuldades nos relacionamentos e na memória.
Ao buscar ajuda médica, os sintomas foram interpretados como "depressão pós-quarentena", levando à prescrição de medicamentos para ansiedade. No entanto, a condição de Richard se agravou, culminando em um colapso psicológico que motivou a realização de uma ressonância magnética. O exame revelou a presença do tumor.
Diagnóstico e tratamento
Richard foi diagnosticado com meningioma, o tipo mais comum de tumor cerebral primário. Em junho de 2022, ele passou por uma cirurgia para a remoção da massa e enfrentou seis semanas de radioterapia. Apesar do tratamento, o tumor voltou a crescer e, atualmente, ele realiza exames regulares para monitorar sua evolução.
Em entrevista ao The Sun, ele relatou os desafios que enfrentou: “Tumores cerebrais mudam você como pessoa. Amigos, familiares e conhecidos nem sempre percebem, porque de fora você pode parecer normal”, afirmou.
Diferenças entre tumor cerebral e depressão
O neurocirurgião Felipe Mendes, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, explicou as dificuldades na diferenciação entre os sintomas de um tumor cerebral e da depressão.
Segundo o especialista, os sintomas de um tumor cerebral variam conforme sua localização, tamanho e velocidade de crescimento. Os sinais mais comuns incluem alterações cognitivas e comportamentais, como falhas na memória, dificuldades no raciocínio e mudanças de personalidade – sintomas que podem ser erroneamente associados à depressão.
Déficits neurológicos, como fraqueza em partes do corpo, dificuldades de fala, visão embaçada e perda de equilíbrio, também são indicativos de um problema estrutural mais grave. Além disso, dores de cabeça persistentes, especialmente intensas pela manhã e acompanhadas de náuseas e vômitos, são sinais de alerta. Convulsões em pessoas sem histórico de epilepsia também devem ser investigadas.
Como diferenciar os sintomas?
A semelhança entre os sintomas torna o diagnóstico desafiador. Mendes explica que fadiga, dificuldade de concentração e mudanças comportamentais ocorrem tanto em casos de depressão quanto em tumores cerebrais. No entanto, a presença de sinais neurológicos específicos, como déficits motores, convulsões e dores de cabeça persistentes, pode indicar a necessidade de exames mais aprofundados.
Para confirmar um diagnóstico suspeito, exames de imagem, como a ressonância magnética, são fundamentais.
Quando procurar um médico?
Mendes reforça que tanto a depressão quanto um tumor cerebral podem ter consequências graves se não forem diagnosticados e tratados precocemente. Ele alerta que sintomas persistentes ou progressivos devem levar o paciente a buscar avaliação médica imediatamente.
“Um médico, preferencialmente neurologista ou neurocirurgião, poderá realizar uma avaliação detalhada e solicitar exames necessários para esclarecer o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado”, enfatiza o especialista.