Morte de torcedor do Cruzeiro leva PCMG a adotar tecnologia 3D em investigação
Equipamento de alta precisão, utilizado em caso recente em Belo Horizonte, promete transformar investigações da Polícia Civil
Por Plox
04/03/2024 16h46 - Atualizado há mais de 1 ano
No último sábado (2 de março), em um episódio de confronto entre torcidas no Barreiro, Belo Horizonte, a morte de Lucas Elias Vieira Silva, torcedor do Cruzeiro de 28 anos, marcou um triste evento. Para esclarecer as circunstâncias deste crime, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) adotou uma abordagem tecnológica inovadora, empregando pela primeira vez um equipamento Laser Scanner 3D de alta precisão. Este dispositivo, que já foi utilizado em outros estados para investigações diversas, incluindo a busca por presos em Mossoró e conflitos entre torcidas no Rio de Janeiro, promete uma reconstrução detalhada da cena do crime, permitindo análises profundas e a identificação de elementos como padrões de sangue, impressões digitais e trajetórias de balas.

André Godoy, perito criminal da PCMG, destaca a capacidade do equipamento de revisitar e reproduzir a cena do crime com riqueza de detalhes, possibilitando a observação de aspectos que poderiam passar despercebidos. Segundo Godoy, "a utilização do Scanner 3D pela perícia criminal, nos diversos locais relacionados com crimes violentos, permitirá reconstrução, perpetuação e reprodução simulada de cenas de crimes, além de marcação dos vestígios e medições precisas, facilitando a visualização das dinâmicas e até mesmo auxiliando na busca pela autoria do fato".
A tecnologia opera através da projeção de feixes de laser, que são convertidos pelo processador em uma "nuvem de pontos" em 3D, oferecendo uma reprodução fidedigna do local. Essa ferramenta não se limita a crimes contra a vida, sendo também aplicável em investigações de delitos patrimoniais, acidentes de trânsito, engenharia legal e crimes ambientais. Além disso, o escaneamento 3D permite a criação de projeções em realidade aumentada para uso em audiências, enriquecendo o processo judicial com a possibilidade de imersão virtual nos locais dos crimes.
Para assegurar a eficácia e o domínio dessa nova tecnologia, o Instituto de Criminalística da PCMG já iniciou uma fase de testes e treinamento com o dispositivo em Belo Horizonte. Os peritos das Seções Técnicas de Perícias de Crimes Contra a Vida e de Engenharia Legal foram os primeiros a receber capacitação, com planos de expandir o treinamento para outras regiões e adquirir mais equipamentos no futuro. Godoy ressalta o significativo avanço que a tecnologia traz para a perícia de locais de crime, a investigação e as demais etapas do julgamento, marcando um novo capítulo na busca por justiça e na solução de crimes em Minas Gerais.