O esforço para alcançar o salário mínimo com a venda de recicláveis

Estudo do Mercado Mineiro revela a quantidade de material necessário para obter um rendimento básico

Por Plox

04/03/2024 11h14 - Atualizado há 10 meses

Um recente estudo conduzido pelo Mercado Mineiro lança luz sobre a realidade enfrentada pelos catadores de materiais recicláveis na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A pesquisa, realizada entre 29 de fevereiro e 1 de março de 2024 em 21 pontos de reciclagem, aponta para a significativa desvalorização dos materiais recicláveis, colocando em perspectiva o volume necessário para que um catador atinja o salário mínimo vigente de R$ 1.412.

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Volume Necessário para Alcançar o Salário Mínimo

Para chegar ao salário mínimo, um catador precisaria recolher aproximadamente 259 kg de latas de alumínio, o equivalente a 19.440 unidades, com um preço médio de R$5,45 por kg. Este esforço destaca a discrepância entre a quantidade de material necessário e o valor monetário que ele pode trazer, especialmente quando comparado a outros materiais como garrafas PET e papelão.

Comparativo com Outros Materiais

A situação se agrava para aqueles que coletam outros tipos de recicláveis. No caso de garrafas PET, seria necessário acumular cerca de 1.155 kg para atingir o salário mínimo, considerando o preço médio de R$1,22 por kg. Para quem depende da coleta de papelão, o volume necessário dispara para impressionantes 8.199 kg para se alcançar o mesmo patamar salarial.

Desvalorização no Mercado

A comparação dos preços atuais com os de março de 2023 evidencia uma desvalorização generalizada. Por exemplo, o preço por kg de jornal, que antes era de R$0,83, despencou para R$0,17, uma queda de -79%. O papel branco e o papelão também sofreram reduções significativas, de -78%. Em um cenário menos drástico, mas ainda preocupante, o preço do kg da lata de alumínio reduziu 15%, passando de R$6,43 para R$5,45.

Variação de Preços entre os Materiais

Além disso, o estudo do Mercado Mineiro aponta para uma variação de até 150% no valor de venda dos materiais recicláveis. O papel branco, por exemplo, pode variar de R$0,10 a R$0,25 por kg, enquanto garrafas PET vazias têm uma variação de preço que vai de R$1,00 a R$1,50 por kg, demonstrando a incerteza que os catadores enfrentam diariamente ao tentar monetizar seus esforços.

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