Ouro Preto celebra centenário da viagem modernista com exposição inédita

Mostra “A viagem da redescoberta” reúne obras raras na Casa de Gonzaga de 21 a 31 de março

Por Plox

04/03/2024 15h35 - Atualizado há 10 meses

A cidade histórica de Ouro Preto, Minas Gerais, será palco de uma importante celebração cultural durante a Semana Santa. Entre os dias 21 e 31 de março, a exposição “A viagem da redescoberta: os modernistas nas cidades históricas de Minas” homenageará o centenário da emblemática viagem dos modernistas às cidades mineiras, ocorrida em 1924. Este evento é uma iniciativa da Prefeitura local, em colaboração com o Instituto Peck Pinheiro, e acontecerá na Casa de Gonzaga, situada no coração do centro histórico.

Foto: Ygor Fortes / Divulgação

Uma jornada inspiradora

Há exatos cem anos, um grupo de artistas e intelectuais, incluindo figuras notáveis como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Blaise Cendrars, entre outros, embarcou numa jornada pelas cidades históricas de Minas Gerais, tendo Ouro Preto como um de seus principais destinos. Esta viagem, que também passou por Belo Horizonte, foi um marco fundamental para o movimento modernista brasileiro, influenciando significativamente a produção artística subsequente dos envolvidos.

Acervo raro em exibição

A mostra contará com 18 edições originais de obras literárias raras, algumas autografadas, de personalidades como Mário de Andrade e Oswald de Andrade, além de exemplares das revistas “Klaxon” e “Verde” e ilustrações de Tarsila do Amaral. Entre os livros destacam-se “Paulicéia Desvairada”, “Macunaíma” e “Manifesto Antropófago”. Este acervo é parte da coleção do Instituto Peck Pinheiro, que abriga entre 40 mil e 50 mil livros, dos quais 4.000 a 5.000 são considerados raros.

Uma exposição com significado profundo

Segundo Romulo Pinheiro, presidente do Instituto Peck Pinheiro e curador da exposição, a viagem dos modernistas a Minas Gerais foi essencial para que encontrassem o conteúdo genuinamente brasileiro que procuravam. Ele destaca que muitas das obras mais importantes do movimento, como “Pau-Brasil” e “Macunaíma”, foram concebidas após essa experiência inspiradora. "A viagem foi o encontro do conteúdo, de redescobrir o Brasil genuíno e original, que era um princípio do movimento modernista", afirma Pinheiro.

Serviço:

  • Exposição: “A viagem da redescoberta: os modernistas nas cidades históricas de Minas”
  • Local: Casa de Gonzaga (rua Cláudio Manoel, 61, centro histórico)
  • Período: 21 a 31 de março
  • Horário: de terça-feira a domingo, das 10h às 17h
  • Entrada: gratuita

Esta exposição não apenas celebra um momento chave na história cultural brasileira, mas também reafirma o valor das cidades históricas de Minas Gerais como fonte de inspiração para a arte e literatura nacionais.

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