Brasil lidera ranking mundial de juros reais e ocupa segundo lugar em juros nominais

O Brasil também ocupa o segundo lugar no ranking de juros nominais, ficando atrás apenas da Argentina.

Por Plox

04/05/2023 12h41 - Atualizado há mais de 1 ano

O Brasil apresenta atualmente a maior taxa de juros reais do mundo, após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. Essa decisão ocorreu em 3 de maio, na primeira reunião do Copom após a apresentação do novo arcabouço fiscal pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Brasil também ocupa o segundo lugar no ranking de juros nominais, ficando atrás apenas da Argentina.

Impacto da taxa Selic na economia

A manutenção dos juros altos afeta a economia brasileira, encarecendo o crédito e dificultando o acesso da população a financiamentos. Setores como automóveis e construção civil, que dependem do crédito para a venda de carros e imóveis, sofrem com a alta da Selic. Esses setores geram empregos, renda e arrecadação de impostos, e são afetados diretamente pela política monetária do Banco Central.

 

Aumento da Selic faz com que diminua o acesso das pessoas ao crédito - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Estratégia para conter a inflação

A justificativa do Copom para manter a taxa Selic alta é conter a inflação, ao incentivar a poupança e aplicações financeiras. Isso reduz a demanda e força a oferta a baixar os preços. Segundo o Banco Central, o Copom "irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas". O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula uma elevação de 2,09% no ano e de 4,65% nos últimos 12 meses, acima do centro da meta, que é de 3,25%.

Comparação com outros países

Em termos nominais, a taxa de juros brasileira só é menor que a da Argentina (91%). Já descontada a inflação, o Brasil lidera o ranking mundial com 7,29%. Nesse cenário, o México aparece em segundo lugar, com 6,13%. A lista elaborada pela MoneYou e Infinity Asset Management inclui também outros países como Colômbia (5,13%), Chile (4,89%), Filipinas (2,62%), Indonésia (2,48%), África do Sul (2,37%), Turquia (2,20%), Israel (1,65%), Hong Kong (1,55%), entre outros.

A política monetária brasileira continua a ser objeto de debates e análises, especialmente em um contexto de incertezas e desafios econômicos. A manutenção da taxa Selic em 13,75% afeta diretamente a vida dos brasileiros e a dinâmica econômica do país, mantendo o Brasil no topo do ranking mundial de juros reais e no segundo lugar em juros nominais.

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