Tribunal de São Paulo ordena prisão de motorista de Porsche após acidente fatal

Justiça reverte decisão anterior e acata pedido do Ministério Público para prisão preventiva de empresário envolvido em colisão que resultou em morte.

Por Plox

04/05/2024 10h58 - Atualizado há 3 meses

O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva de Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de causar um acidente fatal enquanto dirigia seu Porsche na Zona Leste de São Paulo. A decisão ocorre após o Ministério Público recorrer de uma negativa inicial da justiça de primeira instância, que havia rejeitado o pedido de prisão preventiva do empresário.

Foto: Reprodução/

O acidente, ocorrido no último mês, resultou na morte de Ornaldo da Silva Viana, motorista de aplicativo, e deixou gravemente ferido Marcus Vinicius Machado Rocha, passageiro no Porsche. Imagens de segurança mostram o Porsche colidindo com a traseira do carro de Viana a uma velocidade de 114,8 km/h, em uma via cujo limite é 50 km/h.

"Concedo a liminar pleiteada para atribuir efeito ativo ao recurso em sentido estrito e, em consequência, decretar a prisão preventiva de Fernando Sastre Filho", afirmou o desembargador João Augusto Garcia em sua decisão, que também solicitou a urgência na expedição do mandado de prisão.

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A defesa de Sastre, composta pelos advogados Jonas Marzagão, Elizeu Soares de Camargo Neto e João Victor Maciel Gonçalves, declarou que irá recorrer da decisão. "Recebemos com serenidade a decisão liminar do Tribunal de Justiça, que decretou a prisão preventiva e irá cumpri-la", informou a equipe de defesa através de uma nota.

Além disso, o desembargador revogou as medidas cautelares anteriormente impostas, como a suspensão da carteira de motorista de Sastre e a proibição de se aproximar das testemunhas, mas manteve uma fiança de R$ 500 mil para eventuais indenizações à família da vítima.

O caso ganhou notoriedade após revelações de que Sastre possuía um histórico de infrações de trânsito, incluindo multas por excesso de velocidade e participação em corridas ilegais, conhecidas como "rachas". A promotora Monique Ratton havia argumentado na justiça que o empresário deveria ser preso por dirigir em alta velocidade e sob influência de álcool, embora Sastre negue ter bebido.

Lucas e Luan, filhos de Ornaldo da Silva Viana, expressaram gratidão pela decisão judicial. "A gente está vendo que a justiça está sendo feita. A gente só tem a agradecer", compartilhou Lucas. A polícia ainda espera concluir o laudo sobre a reconstituição do acidente, que poderá trazer mais evidências para o processo em curso.

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