Grupo pressiona Lula a romper com Israel
Carta assinada por artistas, políticos e entidades pede fim das relações diplomáticas com o país do Oriente Médio
Por Plox
04/06/2025 07h59 - Atualizado há 2 dias
Um grupo composto por artistas, políticos e representantes de movimentos sociais ligados à extrema-esquerda divulgou, na última quarta-feira (28), uma carta aberta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitando o rompimento das relações diplomáticas do Brasil com Israel.

O pedido é encabeçado por nomes conhecidos como os artistas Gregório Duvivier, Chico Buarque, Giovanna Nader e Chico Diaz. Também figuram na lista os parlamentares Guilherme Boulos, Erika Hilton, Sâmia Bomfim e Luiza Erundina, todos do PSOL-SP, além de Manuela D’Ávila (PCdoB). A carta também é assinada por intelectuais como o filósofo Vladimir Safatle, o jurista Paulo Sérgio Pinheiro e o sociólogo Emir Sader.
Além das personalidades, entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Associação Islâmica de São Paulo também endossam o documento.
No texto, os signatários defendem que o Brasil adote uma postura mais firme diante do conflito entre Israel e Palestina.
'É hora de nosso país dar o exemplo de cumprimento do direito internacional… É indispensável que o Brasil se junte às demais nações que aplicaram sanções ao regime israelense', afirma um trecho do documento.
A carta condena o que chama de “genocídio em Gaza” e descreve a situação como uma crise humanitária que ameaça a vida de mais de 2,3 milhões de pessoas, com destaque para 14 mil bebês que estariam em risco iminente de morte, devido ao bloqueio imposto por Israel.
Nos últimos dias, Lula aumentou o tom contra o governo israelense, afirmando publicamente que as ações conduzidas pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu são motivadas por vingança após o ataque promovido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023.
Nesta terça-feira (3), em nova declaração, o presidente voltou a classificar os ataques em Gaza como genocídio e disse que a acusação de antissemitismo é uma forma de 'vitimismo' utilizada por Israel. As falas reforçaram a repercussão da carta enviada pelos grupos que o apoiam, mas que agora pressionam por medidas mais radicais no campo diplomático.
O apelo ocorre em meio à crescente tensão internacional sobre o conflito no Oriente Médio e coloca o Brasil no centro do debate sobre sua postura nas relações exteriores com países envolvidos em disputas geopolíticas complexas.