Produção da Coca-Cola é interrompida por suspeita de contaminação
Fábrica no Ceará é alvo de investigação do Ministério da Agricultura após possível presença de etanol em refrigerantes
Por Plox
04/06/2025 22h08 - Atualizado há 5 dias
A operação da segunda maior fabricante de produtos da Coca-Cola no Brasil foi interrompida temporariamente após a descoberta de possíveis irregularidades no processo de produção. A unidade afetada, localizada em Maracanaú, no Ceará, pertence à empresa Solar, e teve sua produção de refrigerantes suspensa por decisão do Ministério da Agricultura nesta quarta-feira (4).

A medida foi tomada após os técnicos do ministério identificarem vestígios de componentes dos refrigerantes presentes no líquido utilizado no sistema de resfriamento industrial. Esse líquido, por sua vez, contém etanol alimentício, o que levantou suspeitas de uma possível contaminação das bebidas.
Cerca de 9 milhões de litros de refrigerante já foram recolhidos e encaminhados para exames laboratoriais, como parte do processo de apuração conduzido pelas autoridades. A expectativa é que as análises e investigações sejam concluídas ainda nesta quarta-feira.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, explicou que, mesmo que seja comprovada a presença de etanol alimentício nas bebidas, o caso seria considerado uma infração comercial, e não um risco à saúde pública.
\"Esta empresa usa o etanol alimentício e água no processo de resfriamento. Se tiver a presença de etanol alimentício [no refrigerante] não pode comercializar. Mas, se por acaso alguém consumir, não vai morrer. Se tiver etanol alimentício, aí virou uma Cuba-libre\", declarou o ministro.
Apesar da paralisação, a suspensão atinge exclusivamente a planta cearense. Outras unidades operadas pela Solar em diferentes regiões do país continuam funcionando normalmente.
A empresa emitiu um comunicado, afirmando que a pausa na produção foi uma medida preventiva. No texto, a Solar destacou que está realizando uma bateria de testes para comprovar que não há riscos para os consumidores. Segundo a nota, \"estamos conduzindo testes rigorosos para comprovar a total segurança de nossos produtos\".
Ainda na nota, a companhia reforçou seus padrões de qualidade: \"A Solar segue rigorosos protocolos de controle sanitário e de qualidade, reafirmando seu compromisso com altos padrões internacionais de produção, segurança alimentar em todas as etapas. Reiteramos que nossos produtos são 100% seguros, sem qualquer risco para os consumidores\".
A situação agora aguarda o desfecho da análise oficial para determinar as consequências e possíveis ações futuras. Enquanto isso, a distribuição e produção seguem interrompidas na unidade de Maracanaú, em meio à repercussão do caso em todo o país.