Professores de Ipatinga iniciam greve após demissões em massa
Decisão foi tomada em assembleia após demissão de profissionais da educação municipal; paralisação começa no dia 10 de junho
Por Plox
04/06/2025 18h47 - Atualizado há 2 dias
Os professores da rede municipal de ensino de Ipatinga decidiram iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 10 de junho. A decisão foi tomada em assembleia realizada nessa terça-feira (3), e foi definida como resposta direta a um processo de demissão em massa promovido pela Prefeitura Municipal. O PLOX entrevistou a Coordenadora geral do sindUTE Ipatinga, Cintia Rodrigues de Oliveira, e a secretária de Educação de Ipatinga, Ana Cristina Abreu. Assista na Live.
A principal exigência da categoria é a imediata reintegração dos educadores desligados de forma que consideram arbitrária. Os cortes, segundo representantes sindicais, ocorreram logo após manifestações do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), que cobravam o cumprimento do Piso Salarial Nacional do Magistério.

Isaura Carvalho, diretora da subsede do Sind-UTE em Ipatinga, relatou que o setor educacional da cidade atravessa um momento crítico. “Além de não cumprir a lei do piso, a administração municipal paga salários considerados entre os mais baixos da região, submetendo os profissionais a um cenário de arrocho severo”, declarou.
Ela ainda apontou para a falta de concursos públicos e excesso de contratações temporárias, o que agrava a situação nas escolas com escassez de pessoal e acúmulo de funções.
Segundo Isaura, as demissões vieram após uma paralisação de 48 horas que reivindicava negociações com o governo.
“A resposta do governo foi a demissão em massa e legalmente injustificada, o que representa um ataque aos direitos e à dignidade dos profissionais”
, denunciou.

A sindicalista reforçou que a greve é uma decisão extrema diante do que classifica como perseguição política, desrespeito aos trabalhadores e má gestão dos recursos destinados à educação. Para ela, a paralisação é legítima, necessária e visa pressionar pela valorização da carreira docente e por um retorno ao diálogo com o Executivo municipal.
“Queremos a reintegração imediata dos colegas demitidos, o fim dos ataques aos nossos direitos e a retomada séria das negociações. Nossa luta é por nós, pelos nossos estudantes e por toda a sociedade”, concluiu Isaura.

Procurada pela reportagem do PLOX, a secretária de Educação de Ipatinga, Ana Cristina Abreu, afirmou que até o momento a Prefeitura não recebeu comunicação oficial do sindicato sobre a greve. “Tivemos conhecimento da paralisação apenas pelas redes sociais. No entanto, seguimos abertos ao diálogo. Inclusive, tivemos reuniões com o sindicato na semana passada e também nesta semana”, informou.
Segundo ela, o governo municipal está comprometido em garantir uma educação de qualidade, sempre dentro dos limites legais e da responsabilidade fiscal.