Aumento do IOF e dos custos pressiona preço dos alimentos

Alta dos juros e dos insumos eleva custos de produção e ameaça mesa do consumidor

Por Plox

04/07/2025 09h43 - Atualizado há cerca de 6 horas

As perspectivas para os preços dos alimentos não são animadoras, e o impacto será sentido diretamente no bolso dos consumidores.


Imagem Foto: Divulgação Ceasa RS


A recente elevação dos juros, somada ao aumento expressivo no custo dos insumos agrícolas, cria um cenário de pressão sobre a cadeia produtiva. A situação se agrava com a proposta do governo de aplicar um IOF de 5% sobre operações ligadas ao Fiagro e às Letras de Crédito Agrícola.



Esses custos, inevitavelmente, serão repassados ao consumidor final, uma vez que os preços dos alimentos são calculados com base em planilhas que consideram todas essas variáveis. Enquanto o governo busca justificar a medida como forma de taxar os mais ricos, os efeitos devem atingir toda a cadeia, especialmente os médios e grandes produtores, que são os principais responsáveis pela formação dos preços no mercado.



Entre os produtos mais sensíveis a essas mudanças estão itens como arroz, soja, milho, trigo, açúcar e café, todos com forte presença nas exportações e nos supermercados brasileiros. A atual queda nos preços do arroz e do açúcar, por exemplo, não é resultado de ações governamentais, mas sim de uma supersafra na Índia, que desequilibrou a balança global.



Pequenos produtores, apesar de receberem linhas de crédito teoricamente mais acessíveis, enfrentam custos unitários mais altos, já que não têm o mesmo poder de compra dos grandes produtores. A agricultura familiar tem papel essencial no abastecimento das cidades, principalmente com hortifrutis, mas sua competitividade continua sendo um desafio.



Em relação ao café, mesmo sendo cultivado por muitos pequenos produtores, o destaque vai para o papel das cooperativas como a Cooxupé, em Guaxupé, e a Cocaccer, em Patrocínio. Nesses arranjos, os grandes acabam sustentando os pequenos, permitindo uma inserção mais equilibrada no mercado internacional.



“Sobretaxar os ricos na produção de alimentos, como quer o governo, não vai tirar nenhum deles dos grandes supermercados. O menos favorecido vai continuar de banca em banca em busca de arroz, feijão, ovo, banana mais baratos para compor a mesa da família”, afirma Valdir Barbosa.


O cenário mostra que, apesar das tentativas de controle e redistribuição por parte do governo, os efeitos colaterais dessas medidas recairão sobre toda a população, especialmente sobre os consumidores com menor poder de compra.


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