Tráfico leva brasileiros à escravidão em sites de apostas na Ásia
Relatório do Ministério da Justiça revela aliciamento por redes sociais e trabalho forçado em plataformas digitais no Sudeste Asiático
Por Plox
04/07/2025 15h27 - Atualizado há 1 dia
Um relatório nacional divulgado nesta sexta-feira (4) pelo Ministério da Justiça revelou que o Sudeste Asiático foi o principal destino de brasileiros vítimas de tráfico humano internacional em 2024.

Conforme o levantamento da Coordenação-Geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes (CGETP), a maioria dos registros de tráfico internacional teve como finalidade o trabalho em condições análogas à escravidão. Ao todo, foram 35 ocorrências envolvendo plataformas digitais de apostas.
Os casos aconteceram principalmente em países como Filipinas, Camboja, Mianmar e Laos, com destaque para o aliciamento feito por meio de redes sociais e também por pessoas conhecidas das vítimas. Além da Ásia, a Nigéria também registrou episódios com o mesmo tipo de exploração.
A coordenadora-geral da CGETP, Marina Bernard de Almeida, destacou a preocupação crescente com o aumento de brasileiros traficados para essa região. Ela apontou dificuldades como idioma, cultura e infraestrutura consular insuficiente como desafios no combate ao problema.
“É um ponto de atenção e que a gente vem, cada vez mais, pensando em instrumentos e ferramentas para enfrentar esse desafio, porque é uma região extremamente desafiadora, já que a rede consular ainda não é suficiente para lidar com esses casos”, afirmou Marina.
Apesar da intensificação dos casos ligados ao trabalho escravo na Ásia, o relatório também revelou que a exploração sexual de mulheres brasileiras na Europa continua constante, com destaque para a Bélgica e a Itália como principais destinos.
Esses dados reforçam o alerta das autoridades para o crescimento da vulnerabilidade de brasileiros no exterior e a necessidade de fortalecer mecanismos de proteção e repatriação.