Busca pela verdade na Venezuela é incentivada pelo Papa Francisco em meio à crise eleitoral

Papa faz apelo após missa dominical na Praça de São Pedro

Por Plox

04/08/2024 17h22 - Atualizado há cerca de 1 mês

O Papa Francisco fez um apelo neste domingo (4) para que "busquem a verdade" na Venezuela, em meio a denúncias de fraude envolvendo a reeleição do presidente Nicolás Maduro. O pontífice destacou a importância de agir com moderação e resolver as controvérsias por meio do diálogo, sempre focando no bem da população

Manifestações internacionais e resposta da oposição

A manifestação do Papa ocorre em um contexto de pressão internacional. Estados Unidos e vários países da América Latina e Europa pediram a divulgação das atas das eleições presidenciais de 28 de julho. A líder da oposição, María Corina Machado, agradeceu publicamente o pedido de sete países europeus pela transparência eleitoral.

Violência e detenção

Os protestos contra a vitória de Maduro resultaram em pelo menos 11 civis mortos e mais de 2.000 detidos, segundo organizações de direitos humanos. A oposição venezuelana publicou atas que supostamente mostram uma vitória do opositor Edmundo González Urrutia, com 67% dos votos. No entanto, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) confirmou Maduro com 52% dos votos.

Apoio internacional à democracia

Governos de Alemanha, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Polônia e Portugal expressaram "forte preocupação" e solicitaram a publicação rápida de todos os registros eleitorais para garantir a transparência. "Em nome dos venezuelanos, agradeço este importante comunicado", declarou Machado na rede social X.

Reações e tensões políticas

Os Estados Unidos apoiaram a oposição, afirmando que há "evidências esmagadoras" de uma vitória de González Urrutia. Países como Peru, Argentina, Uruguai, Equador, Costa Rica e Panamá reconheceram González Urrutia como vencedor. Em contraste, Brasil, Colômbia e México tentam promover um acordo político, enquanto Rússia e China apoiaram Maduro.

Acusações de usurpação de poder

Maduro denunciou um plano para "usurpar" o poder e comparou González Urrutia a Juan Guaidó, que foi reconhecido como "presidente interino" em 2019 por diversos países. Maduro afirmou que não permitirá que se tente usurpar novamente a presidência e destacou a continuidade de "patrulhamentos policiais e militares" para proteger a população.

Continuidade da oposição

Machado intensificou seu desafio ao liderar uma manifestação em Caracas, enquanto González Urrutia não participou do ato. "Não vamos deixar as ruas", afirmou Machado, subindo em uma moto e desaparecendo rumo ao seu local de refúgio.

O cenário político na Venezuela permanece tenso, com um impasse entre o governo de Maduro e a oposição, em meio a um apelo internacional por transparência e justiça.

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