British Petroleum descobre megajazida de petróleo e gás no pré-sal brasileiro

Uma descoberta considerada histórica acaba de ser anunciada pela petroleira britânica British Petroleum (BP). A companhia revelou nesta segunda-feira, 4 de agosto, ter identificado o maior reservatório de petróleo e gás no Brasil em um intervalo de 25 anos.

Foto:   BP/Reprodução

A jazida foi localizada no bloco Bumerangue, situado na área estratégica do pré-sal da Bacia de Santos. De acordo com informações divulgadas pela empresa, foi identificada uma coluna de hidrocarbonetos com aproximadamente 500 metros de espessura, embora detalhes sobre volume recuperável ou cronograma de desenvolvimento ainda não tenham sido compartilhados.

A notícia veio acompanhada de um comunicado oficial do vice-presidente executivo da BP, Gordon Birrell, que destacou a relevância da descoberta. “Estamos empolgados em anunciar esta descoberta significativa (...) a maior realizada pela BP em 25 anos”, afirmou. A empresa também informou que análises preliminares indicaram níveis elevados de dióxido de carbono no local e que estudos laboratoriais serão conduzidos para aprofundar o entendimento da jazida.

Essa iniciativa está alinhada com a nova estratégia corporativa da BP, adotada em fevereiro deste ano. Sob a liderança do CEO Murray Auchincloss, a companhia decidiu priorizar novamente investimentos em petróleo e gás, após anos direcionando recursos para projetos de baixo carbono que apresentaram retornos limitados. Apesar disso, a meta de produção da empresa para 2030 permanece entre 2,3 milhões e 2,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia, com capacidade de expansão até 2035.

No mesmo comunicado, a BP afirmou que pretende avaliar a viabilidade de transformar a região em um polo de produção relevante e vantajoso, ampliando, assim, sua presença no mercado brasileiro.

A revelação acontece um dia antes da divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre da companhia, prevista para esta terça-feira, 5. Além disso, a BP aproveitou o momento para anunciar a nomeação do irlandês Albert Manifold como novo presidente do conselho de administração. Manifold, ex-CEO da empresa de materiais de construção CRH, assume o cargo com a missão de reforçar a governança da petroleira e enfrentar as crescentes exigências do mercado.

Nos bastidores, a BP também vem sendo alvo de especulações sobre uma possível fusão com a rival Shell, o que tem alimentado expectativas de uma nova onda de consolidações no setor energético. A empresa passa ainda a conviver com a atuação direta do fundo ativista americano Elliott Investment Management, que recentemente confirmou sua entrada no capital da petroleira. Conhecido por pressionar por mudanças estruturais, o Elliott intensifica a cobrança por resultados mais consistentes e maior eficiência na alocação de recursos.