Eduardo Bolsonaro critica decisão de Moraes e chama prisão de Bolsonaro de 'sem crime'
Deputado afirma que pai foi punido por apoiar manifestações e acusa ministro do STF de abuso de poder
Por Plox
04/08/2025 22h40 - Atualizado há cerca de 1 mês
Durante a noite desta segunda-feira (4), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) fez duras críticas à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para o parlamentar, a medida seria uma forma de retaliação por manifestações de apoio ao ex-presidente e por postagens feitas pelos filhos nas redes sociais.

Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março em busca de apoio internacional para sancionar autoridades brasileiras, utilizou sua conta na plataforma X (antigo Twitter) para afirmar que seu pai foi punido “por apoiar, de sua própria casa, o povo brasileiro que foi às ruas contra os abusos” do STF. Ele alegou que a prisão foi determinada sem a existência de crime, provas ou julgamento, caracterizando o ato como um abuso de poder.
Ainda em suas declarações, Eduardo Bolsonaro atacou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, classificando-o como um “psicopata descontrolado” e acusando-o de violar os direitos humanos. Segundo ele, a recente sanção imposta pelos Estados Unidos ao ministro não teria surtido efeito, já que, em sua visão, Moraes estaria “dobrando a aposta”.
\"Essas ações só nos fortalecem. Alexandre de Moraes é agora um violador de direitos humanos oficialmente sancionado, e nós permanecemos inabaláveis\", afirmou.
A decisão de prisão domiciliar se baseia no descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas a Bolsonaro, no contexto do inquérito que investiga, entre outros pontos, a atuação de Eduardo Bolsonaro em território norte-americano. As acusações envolvem coação, obstrução de justiça e tentativa de abolição do Estado democrático de direito.
No dia 18 de julho, Moraes determinou um conjunto de restrições ao ex-presidente, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a obrigação de permanecer em casa durante o período noturno. Três dias após a imposição das medidas, Bolsonaro as desrespeitou, o que levou o STF a emitir um alerta no dia 24. Mesmo diante da infração, Moraes considerou o episódio isolado e manteve as cautelares. No entanto, a situação mudou após Bolsonaro se envolver em manifestações por meio de chamadas de vídeo e usar perfis de terceiros para acessar redes sociais – incluindo as contas de seus filhos, como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
A decisão recente do STF menciona que essas atitudes representam um padrão de descumprimento das ordens judiciais e que a prisão domiciliar seria uma resposta necessária. Moraes justificou: “Em face do reiterado descumprimento das medidas cautelares impostas anteriormente decreto a prisão domiciliar de Jair Messias Bolsonaro”. Além disso, a Polícia Federal foi encarregada de recolher todos os celulares do ex-presidente, o que foi realizado ainda na tarde desta segunda. Outras restrições também foram determinadas, como a proibição de receber visitas sem autorização do Supremo e o veto a contatos com autoridades estrangeiras.
A decisão de Moraes ocorre em meio a um cenário político tenso, onde ações do STF contra figuras da oposição têm gerado reações intensas, tanto no cenário nacional quanto internacional.