Ministro de Lula rebate Zema e aponta aumento da dívida de Minas
Renan Filho reage em rede social a declaração de Romeu Zema sobre pagamento de débitos com a União
Por Plox
04/08/2025 18h25 - Atualizado há 2 dias
Uma nova troca de farpas entre representantes dos governos federal e estadual movimentou as redes sociais nesta segunda-feira, 4 de agosto. O embate foi protagonizado pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tendo como pano de fundo a dívida bilionária do estado com a União.

Tudo começou quando Zema publicou no 'X' (antigo Twitter) que o atual governo estadual não teria aumentado “nenhum centavo” da dívida com o governo federal. Segundo ele, a gestão apenas tem arcado com os compromissos herdados de administrações anteriores. “Hoje pagamos mais uma parcela de R$ 429,5 milhões da dívida de Minas com a União. Desde 2019, já foram mais de R$ 11 bilhões quitados do rombo criado há 30 anos. Não contraímos um centavo a mais, porém seguimos pagando pela irresponsabilidade de quem colocou Minas no vermelho”, afirmou.
Logo após a postagem, Renan Filho respondeu diretamente, acusando Zema de divulgar uma versão distorcida dos fatos.
“O maior aumento do endividamento de Minas Gerais ocorreu no seu governo”
, declarou o ministro. Ele ainda lembrou que uma liminar do Supremo Tribunal Federal suspendeu por anos o pagamento da dívida, o que teria contribuído para o salto no valor total devido.
“Por anos o pagamento da dívida mineira foi suspenso por liminar no Supremo Tribunal Federal. O que isso gerou? O saldo devedor disparou! Esse tipo de postagem visa apenas enganar as pessoas, já que os dados desmentem o que você escreve. Para informar corretamente, mostre como você recebeu o endividamento de Minas Gerais em percentual da Receita Corrente Líquida do estado e como está agora. Desculpe o comentário, mas é difícil ler algo tão falso e deixar pra lá”, completou Renan Filho.
De acordo com números do próprio governo mineiro, a dívida estadual subiu cerca de 45% desde que Zema assumiu o comando do Executivo, passando de R$ 114 bilhões, em 2019, para atuais R$ 162,9 bilhões. A estimativa é que o montante chegue a R$ 180 bilhões, caso não haja renegociação. Nesse contexto, o governo estadual deposita suas esperanças no Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), uma proposta do governo federal que visa a reorganização fiscal por meio de novo refinanciamento.
A discussão evidencia o clima de tensão entre o Palácio do Planalto e o governo mineiro, em meio à busca por soluções para o grave cenário fiscal que afeta o estado.