Policial penal morto em hospital de BH tratava presos com humanidade e seguia legado do pai
Euler Oliveira foi assassinado durante escolta por detento que já havia sido acompanhado por ele outras vezes; família relata que ele tinha orgulho da profissão
Por Plox
04/08/2025 13h50 - Atualizado há 1 dia
Euler Oliveira Pereira Rocha, policial penal de 42 anos, foi morto durante uma escolta no Hospital Luxemburgo, em Belo Horizonte, na madrugada do último domingo (3). O agente foi assassinado pelo detento Shaylon Cristian Ferreira Moreira, de 24 anos, que estava internado no hospital havia três dias sob custódia.

Durante a madrugada, Shaylon pediu para ir ao banheiro e, no local, travou luta corporal com Euler, conseguindo desarmá-lo e disparando dois tiros. O detento, então, usou a farda da vítima para enganar os funcionários do hospital e fugir pela porta da frente em um carro de aplicativo. Ele foi localizado e preso pela Polícia Militar logo depois.
Euler seguia a trajetória profissional do pai na área da segurança pública, e o irmão Fernando Alves, integrante do Corpo de Bombeiros, contou que a vocação veio de família. A irmã Arlete Alves afirmou que ele demonstrava grande orgulho pela profissão e fazia questão de tratar os detentos com humanidade e respeito. “Ele vibrava o tempo todo. Fazia questão de se dedicar ao trabalho”, relatou emocionada.
Segundo ela, Euler já havia escoltado Shaylon em outras ocasiões. “Soube que meu irmão o acompanhou várias vezes na UPA. Ele estava ali para proteger. E eu via como ele tratava essas pessoas — com respeito, com humanidade”, disse.
Pai de três filhos — de 18, 13 e 5 anos —, Euler era muito presente na vida das crianças. A irmã relatou que o filho mais velho ainda parece em estado de choque e o caçula sequer compreende o que aconteceu. “Acho que ele nem assimilou ainda. Por isso, nem chora.”
O sepultamento ocorreu no Cemitério da Paróquia Nossa Senhora da Piedade, no distrito de Justinópolis, em Ribeirão das Neves, na Grande BH. A despedida foi marcada por comoção entre familiares, amigos e colegas da segurança pública.
As investigações sobre o crime continuam sob responsabilidade das autoridades, que também analisam os protocolos adotados na escolta do preso.