Valdemar reage com indignação à prisão domiciliar de Bolsonaro

Líder do PL critica decisão do STF após medida imposta a Jair Bolsonaro; filhos do ex-presidente também atacam Alexandre de Moraes

Por Plox

04/08/2025 22h59 - Atualizado há 2 dias

A decretação de prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), feita pelo ministro Alexandre de Moraes, provocou forte reação dentro do Partido Liberal nesta segunda-feira, 4 de agosto. O presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, usou as redes sociais para expressar sua revolta com poucas, mas intensas palavras:


\"Estou inconformado!!!!! O que mais posso dizer?\"

, publicou, como declaração oficial da sigla diante da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Imagem Foto: PL


A medida aplicada por Moraes atende à investigação que apura, entre outros pontos, supostos crimes de obstrução de justiça, coação e tentativa de abolição do Estado democrático de direito. O inquérito também envolve o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, especialmente por sua atuação nos Estados Unidos.


A reação de Eduardo não tardou. Em nota, ele atacou duramente o ministro relator, chamando-o de \"psicopata descontrolado\" e dizendo que Moraes \"é agora um violador de direitos humanos oficialmente sancionado\". Com tom desafiador, concluiu: \"Nós permaneceremos inabaláveis\".



Outro filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), também se pronunciou. Ele associou a decisão à retaliação pelas sanções da lei Magnitsky, aplicadas pelos Estados Unidos a Moraes no fim de julho. Em entrevista à CNN Brasil, afirmou:
\"Ou nós colocamos um freio em Alexandre de Moraes, ou o Brasil irá para uma vala cada vez mais vexaminosa\"

. Segundo ele, o ministro ficou incomodado com as manifestações realizadas no domingo, 3 de agosto, as quais expressaram apoio público a Jair Bolsonaro.

O cerco ao ex-presidente começou a se fechar ainda em julho. No dia 18, o ministro impôs uma série de medidas cautelares: tornozeleira eletrônica, permanência domiciliar noturna e restrição ao uso de redes sociais. Três dias depois, Bolsonaro teria descumprido as determinações, sendo alertado oficialmente pelo STF no dia 24 daquele mês.


Na ocasião, Moraes entendeu que o descumprimento foi pontual e decidiu dar uma nova chance ao ex-presidente. No entanto, após Bolsonaro participar por videochamada das manifestações do último domingo e, supostamente, utilizar redes de aliados — como a do senador Flávio Bolsonaro — para se manifestar, o ministro decidiu endurecer a medida.



A decisão judicial agora é clara: Bolsonaro está proibido de receber visitas sem autorização da Corte e de manter contatos com autoridades estrangeiras. Além disso, a Polícia Federal deverá recolher imediatamente todos os celulares em posse do ex-presidente.


No despacho, Moraes relembra uma frase já dita anteriormente:
\"A justiça é cega, mas não é tola\"

, enfatizando que qualquer réu que desrespeite as decisões do Supremo deve enfrentar as consequências. A conversão da prisão domiciliar em regime preventivo foi colocada como uma possibilidade concreta, caso as ordens sejam novamente desconsideradas.


A fundamentação da medida se baseia no que o ministro classifica como \"reiterado descumprimento\" das restrições anteriormente impostas. Ele conclui:
\"Decreto a prisão domiciliar de Jair Messias Bolsonaro\"

, com base nos indícios de que o ex-presidente tentou burlar o sistema judicial ao utilizar subterfúgios para se manter politicamente ativo, mesmo com as limitações em vigor.
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