Aves de rapina garantem segurança no Aeroporto Internacional de BH com crachás e 'salários'
Falcões e gaviões treinados espantam aves para evitar colisões e incidentes com aeronaves no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins
Por Plox
04/09/2024 08h47 - Atualizado há 4 meses
Antes mesmo das 6h da manhã, Aurora, um falcão sacre, já está em ação no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins. Aurora é parte de uma equipe especial de aves de rapina que inclui Shogun, Peregrino, James, Shakira e Oliver, todas treinadas para espantar outras aves e assim garantir a segurança das operações aéreas. Com turnos diários de segunda a segunda, essas aves são fundamentais para prevenir colisões de pássaros com aviões, um risco significativo para a aviação.
A equipe alada: quem são os 'funcionários' do céu
Desde 2014, o aeroporto adota o uso de aves de rapina em sua estratégia de gerenciamento de riscos da fauna. Ao todo, são seis aves, entre gaviões e falcões, cada uma com um crachá e uma função específica. Aurora é a “assustadora de quero-quero”, enquanto Shogun é conhecido como o “apanhador de pombos”. James, por sua vez, atua como vigilante noturno, e Shakira e Oliver também desempenham papéis importantes no controle das aves. Peregrino Blue, apelidado de “sentinela das nuvens”, completa a patrulha, embora ele não apareça em fotos, pois está sempre em atividade.
Como funciona o 'salário' das aves
O "salário" dessas aves é pago em forma de alimento, recebido como recompensa a cada voo de trabalho realizado. Elas operam em três turnos diários, com sobrevoos que ocorrem entre 6h e 18h. Treinadas para obedecer aos comandos dos falcoeiros, essas aves desempenham um papel vital na redução de colisões com aeronaves.
“O resultado vem. A gente consegue perceber, principalmente, na redução média das colisões”, afirmou Marcos Cruz, biólogo e coordenador de manejo de fauna do aeroporto. Segundo ele, a presença das aves é crucial para minimizar os riscos à operação aeroportuária.
Ronda terrestre: o papel de Martin, o cão pointer inglês
Além das aves de rapina, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte também conta com a ajuda de Martin, um cachorro da raça pointer inglês. Martin atua como fiscal dos canteiros do aeroporto, correndo atrás de aves em horários determinados pela equipe responsável pelo manejo de fauna. Com seu crachá, ele se integra à equipe alada e ajuda a espantar pássaros durante os intervalos entre pousos e decolagens, sempre com autorização da torre de controle.
“O Martin é um cão de caça. No intervalo entre pousos e decolagens, a gente pede autorização à torre e ele atua correndo atrás das aves, espantando tudo que for pássaro. Uma importantíssima função na questão da segurança aeroportuária”, explicou Cruz.
Tecnologia e tradição no gerenciamento de riscos da fauna
A utilização de aves de rapina no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte é uma medida que alia tecnologia e técnicas tradicionais de falcoaria. A abordagem, além de eficiente, respeita o comportamento natural das aves predadoras, oferecendo uma solução ecológica e sustentável para um problema crítico da aviação moderna.
Com crachás personalizados e uma rotina de trabalho bem definida, Aurora e seus colegas alados desempenham funções que vão além do simples controle de fauna, tornando-se peças fundamentais na engrenagem que mantém o aeroporto em pleno funcionamento e segurança.