Enfermeira substitui remédio por água de torneira e causa 9 mortes

Processo judicial de US$ 303 milhões acusa hospital no Oregon por negligência após infecções bacterianas relacionadas ao uso de água não esterilizada em medicações intravenosas

Por Plox

04/09/2024 13h37 - Atualizado há 7 dias

Um hospital em Medford, no estado do Oregon, Estados Unidos, enfrenta uma ação judicial de US$ 303 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão) após uma enfermeira ser acusada de substituir fentanil, um potente analgésico, por água de torneira não esterilizada em medicações intravenosas. O caso resultou em 18 infecções bacterianas, das quais 9 pacientes faleceram. O processo foi movido na última terça-feira (3/9) por advogados representando as vítimas e os espólios dos falecidos, conforme informações divulgadas pelo jornal britânico The Guardian.

Foto: reprodução: Freepik

Infecções e mortes

A denúncia afirma que o hospital Asante Rogue Regional começou a notificar os pacientes em dezembro de que um funcionário havia substituído o fentanil por água de torneira, resultando em infecções bacterianas graves. "Todos os pacientes demandantes foram infectados com uma bactéria exclusivamente associada à transmissão pela água", conforme consta na queixa. Entre os 18 autores do processo, metade são pacientes vivos e a outra metade são espólios de pacientes que não sobreviveram.

Negligência e acusações

O centro médico está sendo acusado de homicídio culposo e negligência médica, com alegações de que falhou em monitorar os procedimentos de administração de medicamentos e em prevenir o desvio do fentanil. As investigações apontaram que o hospital notou um aumento significativo nas infecções de cateter central entre julho de 2022 e julho de 2023, levando os funcionários a suspeitar que um empregado estava desviando o medicamento.

Prisão e investigações

Dani Marie Schofield, uma ex-enfermeira do Asante Rogue Regional, foi presa em junho deste ano, enfrentando 44 acusações de agressão de segundo grau relacionadas ao roubo e uso indevido de substâncias controladas. A prisão ocorreu após uma investigação policial sobre as infecções dos pacientes. Na ocasião, Schofield se declarou inocente, mas não foi mencionada na queixa apresentada nesta terça-feira. Um processo separado já havia sido iniciado contra Schofield e o hospital, representando o espólio de um homem de 65 anos que faleceu.

Histórico de incidentes com enfermeiras

Esse caso se soma a outros incidentes envolvendo enfermeiras nos Estados Unidos e no Reino Unido, incluindo uma enfermeira condenada por colocar sedativos em uma cafeteira de hospital e outra condenada à prisão perpétua por matar bebês. A crescente preocupação com a segurança dos pacientes e a responsabilidade das instituições médicas têm colocado esses casos em evidência, destacando a necessidade de uma supervisão mais rigorosa e protocolos de segurança mais rígidos em ambientes hospitalares.

Destaques